
Guimarães: Abertura das “encomendas perdidas” atrai centenas de pessoas
A abertura do primeiro espaço da start-up King Colis, conhecida pelo conceito das "encomendas perdidas", decorreu na manhã de terça-feira, 15 de abril, no Espaço Guimarães, contando com a presença de centenas de pessoas. Até ao dia 20 de abril, os visitantes poderão explorar 10 toneladas de encomendas que não foram entregues ou reclamadas, com conteúdos desconhecidos no seu interior, que só serão desvendados pelo comprador.
Durante o arranque da primeira loja pop-up da King Colis em território português, o Jornal de Guimarães conversou com um dos responsáveis por esta "febre das encomendas" que tem percorrido o mundo. Para Killian Denis, diretor executivo e cofundador da King Colis, o que torna a iniciativa tão atrativa são essencialmente três elementos: "O primeiro é o facto de ser um conceito novo, que traz mistério e um efeito surpresa ao processo de compra, o que acaba por transmitir uma sensação de entusiasmo quase "infantil" aos compradores; o segundo é o facto de serem lojas pop-up e não permanentes, tornando-se eventos ‘excecionais’; e o último é que algumas destas encomendas perdidas contêm verdadeiros tesouros. Às vezes saem produtos mais fracos, mas, pelo meio, existem verdadeiros tesouros - artigos eletrónicos de qualidade, roupas e bolsas de marca, entre outros - e a maioria das pessoas quer encontrar esses tesouros.", referiu.
Como surgiu a King Colis e quais os seus próximos destinos
Killian Denis revelou que a ideia surgiu devido ao aborrecimento das filhas durante o confinamento geral provocado pela Covid-19. "Perguntavam quase todos os dias se eu podia encomendar algo online para elas - um brinquedo ou um jogo de família. Acabei por encomendar muitas coisas online nessa altura, mas houve muitos problemas com as entregas, e por isso muitas encomendas nunca chegaram." A partir daí, o cofundador da King Colis começou a questionar-se sobre o destino dessas encomendas. "Fiz uma pequena pesquisa e descobri que as destroem, pois, como a maior parte das coisas vem da China, e como a distância é demasiado longa, as companhias não querem pagar o retorno dessas encomendas. Então, dizem às empresas logísticas para destruí-las", explicou. "Como achamos um desperdício destruir tantos produtos bons, surgiu-nos esta ideia”, acrescentou Killian.
Atualmente, a start-up francesa realiza duas lojas pop-up por semana - sendo que, nesta semana, uma está em Guimarães e outra em Amesterdão. "Neste momento estamos a vender em 10 países. Na próxima semana vamos a Itália e à Bélgica, mas queremos voltar a Portugal, pois este primeiro dia em Guimarães está a ser um sucesso. Pretendemos ir ao Porto e a Lisboa nos próximos meses e, depois, a ideia é fazer uma pequena tour pelo país”, revelou Killian Denis.