skipToMain
ASSINAR
LOJA ONLINE
SIGA-NOS
Guimarães
10 novembro 2025
tempo
18˚C
Nuvens dispersas
Min: 17
Max: 19
20,376 km/h

Guimarães acolhe encontro do Pacto Climático sobre práticas sustentáveis

Sofia Rodrigues
Ambiente \ segunda-feira, novembro 10, 2025
© Direitos reservados
Vereadores, técnicos e eleitos de freguesias e assembleias municipais de Entre Douro e Minho reúnem-se em Guimarães, no dia 11, para debater práticas sustentáveis no âmbito do Pacto Climático Europeu.

Na terça-feira, dia 11 de novembro, Guimarães recebe uma sessão de trabalho dedicada à adoção de políticas municipais mais sustentáveis, no âmbito do Pacto Climático Europeu. A iniciativa, que terá lugar no Laboratório da Paisagem a partir das 14h00, reunirá vereadores, técnicos e eleitos de freguesias e assembleias municipais da região de Entre Douro e Minho, com o objetivo de discutir soluções locais nas áreas da mobilidade, energia e alimentação.

A ação, promovida em parceria com a Associação Ambientalista ZERO, pretende partilhar boas práticas e debater formas de adaptação dessas experiências a diferentes realidades municipais.

"Vamos partilhar bons exemplos e perceber como poderão ser implementados em municípios do Norte de Portugal, adaptando-os às necessidades locais", afirmou Juliana Carvalho, investigadora na área de mobilidade urbana da Universidade do Porto e embaixadora do Pacto Climático Europeu.

Entre os temas em destaque estarão estratégias para reduzir o trânsito urbano, promover o uso da bicicleta e criar ciclovias integradas, bem como a implementação de planos municipais de segurança alimentar e a constituição de comunidades de energia renovável.

Juliana Carvalho defende que é necessário "reforçar o poder de decisão dos municípios na adoção de políticas mais sustentáveis", salientando a importância do trabalho conjunto entre diferentes departamentos e da valorização do conhecimento local. Segundo a investigadora, a formação irá também identificar necessidades e dificuldades sentidas pelos representantes municipais, com vista ao desenvolvimento de um projeto-piloto baseado em casos de sucesso anteriores.

 

 

A sessão contará ainda com a participação dos embaixadores António Gonçalves Pereira, coordenador da EcoMood Portugal e representante da Climate Alliance em Portugal; Cecília Delgado, presidente da Associação Alimentar Cidades Sustentáveis e investigadora na NOVA FCSH; e Rita Prates, da equipa de Energia, Clima e Mobilidade da ZERO. Estão igualmente confirmadas as intervenções de Dalila Sepúlveda, diretora do Departamento de Ambiente e Sustentabilidade da Câmara de Guimarães, e de Carlos Ribeiro, diretor executivo do Laboratório da Paisagem.

No domínio da mobilidade, Juliana Carvalho pretende abordar "infraestruturas verdes e modos de transporte sustentável em meios urbanos", destacando a necessidade de redes de ciclovias que liguem zonas residenciais, escolas e locais de trabalho, bem como parques de bicicletas cobertos e integrados nos transportes públicos.

Já Cecília Delgado procurará sensibilizar os decisores locais para a integração dos sistemas alimentares nas estratégias de mitigação climática. A investigadora sublinha que "a alimentação, o clima e o território são vértices de um triângulo que tem de ser ativado" e considera fundamental que os municípios desenvolvam planos de ação que articulem o planeamento alimentar e o territorial. Durante a sessão, apresentará um conjunto de boas práticas internacionais e doze medidas operativas para um plano municipal de ação, a discutir com os participantes.

Na vertente energética, Rita Prates vai destacar o papel das comunidades locais na produção e gestão de energia renovável. Como exemplo, apontará o projeto de Telheiras/Lumiar, em Lisboa, onde moradores e a junta de freguesia partilham uma comunidade de energia solar. "A eletricidade e o gás que consumimos têm um impacto direto não só na nossa carteira, mas também no ambiente", afirmou, defendendo que os municípios devem apoiar a renovação do edificado e ajudar as populações a aceder aos programas de eficiência energética, como o E-Lar.

A escolha de Guimarães para acolher esta iniciativa surge no contexto do trabalho que o município tem desenvolvido em matéria de sustentabilidade. A cidade foi recentemente distinguida como Capital Verde Europeia 2026 e integra a "Missão Cidades", um programa da União Europeia que apoia 100 cidades na transição para a neutralidade carbónica até 2030.

De recordar que, o Pacto Climático Europeu é uma das iniciativas centrais do European Green Deal, promovido pela Comissão Europeia e coordenado em Portugal pela ZERO. O seu objetivo passa por mobilizar cidadãos, instituições e empresas para a transição energética e para a redução da dependência de combustíveis fósseis, fomentando modos de vida mais sustentáveis e comunidades mais resilientes às alterações climáticas.

Podcast Jornal de Guimarães
Episódio mais recente: Guimarães em Debate #126