Guimarães exibe resultado mais positivo entre Câmaras do Pentágono em 2024
Entre as câmaras municipais que formam o Pentágono Urbano, Guimarães foi aquela que encerrou 2024 com o resultado mais positivo: 14,27 milhões de euros, depois de ter gerado 32,3 milhões em proveitos antes de gastos em amortizações, depreciações e juros – o designado EBITDA, revela o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, elaborado pelo Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA).
Os pouco mais de 14 milhões de euros correspondem ao 12.º valor mais elevado entre os 308 municípios do país, numa tabela liderada pelo Porto (70 milhões), e o mais elevado no distrito de Braga, bem como no Pentágono Urbano: atrás do município vimaranense, surgem Viana do Castelo, com 7,3 milhões, o 19.º maior valor nacional, Vila Nova de Famalicão – 7,1 milhões, 20.º valor nacional – e Barcelos – 35.º valor nacional, com pouco mais de três milhões positivos.
Braga aparece na extremidade oposta dos municípios: foi a autarquia com o maior prejuízo do país em 2024 – 23 milhões de euros -, secundada por Setúbal (18 milhões negativos), Vila do Conde (10,9 milhões) e Lisboa (quase 10 milhões).
Esse é um dos vários indicadores medidos pelo Anuário, que agrupa os municípios num ranking global de desempenho: com 998 pontos entre 1.900 possíveis, Guimarães ocupa o 12.º lugar entre os 26 municípios considerados grandes – mais de 100 mil habitantes –, numa hierarquia liderada por Sintra, e o quarto no distrito de Braga, formado por 14 concelhos. Vila Verde, com 1.214 pontos, Vila Nova de Famalicão, com 1.175, e Amares, com 1.014, exibem melhor performance.
Único município do Pentágono Urbano que apresenta melhor desempenho do que o vimaranense, Famalicão apresentou, por exemplo, o segundo melhor equilíbrio orçamental do país, somente atrás da Ribeira Grande, nos Açores. A despesa corrente da autarquia famalicense em 2024 correspondeu a 66,2% da receita corrente bruta. Já Barcelos foi o único município do Pentágono, cuja despesa corrente superou a receita corrente bruta (100,4%).
Guimarães entre os municípios que mais abateu à dívida
O Anuário mostra também que Guimarães foi o 12.º concelho do país que mais reduziu a sua dívida em termos absolutos: a diferença entre o valor despendido na amortização de empréstimos em vigor e a contração de empréstimos novos foi de 2,9 milhões de euros. Viana do Castelo também progrediu neste capítulo (2,3 milhões de euros abatidos), numa tabela em que sobressai Coimbra, com uma redução de 9,3 milhões.
A redução da dívida da Câmara Municipal de Guimarães é, aliás, uma tendência em curso desde 2006, pelo menos. O gráfico que consta do anuário mostra que a dívida baixou mais de 50% nesse intervalo: de cerca de 80 milhões, em 2006, para pouco mais de 30, no ano passado.
