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Há flocão num mercado no Triângulo. Por isso, o telefone não para de tocar

Pedro C. Esteves
Sociedade \ sexta-feira, março 03, 2023
© Direitos reservados
Os flocos de milho chegam ao Mercado Sabe a Brasil e nem repousam na prateleira. Tem sido assim naquele cantinho do centro comercial Triângulo gerido por uma família portuguesa.

Quando Susana estudava na Secundária Francisco de Holanda o centro comercial Triângulo tinha uma passadeira vermelha e as montras chamavam por quem entrava. Já não é assim. Mas quem entra pela entrada superior dá logo de caras com o verde e amarelo do Mercado Sabe a Brasil. “Foi uma espécie de epifania”, explica a vimaranense acerca da ideia de negócio.

“Estava a frequentar uma pós-graduação em necessidades educativas especiais e tínhamos uma franja de brasileiros muito significativa a frequentar o curso; comecei a perceber que havia muitas saudades de alguns produtos e pedi para as pessoas me dissessem que artigos sentiam mais falta”. Estava dado o primeiro passo. A loja abriu em 2019 e tenta ter produtos de várias regiões do Brasil. Agora, há um protagonista inesperado: o flocão.

Choviam chamadas, a pergunta era sempre a mesma: “Tem flocão?”. A procura pelos flocos de farinha de milho leva Susana a acreditar que há uma presença significativa de brasileiros nordestinos em Guimarães. Manu Bezerra de Melo reforça que foi alimento que “matou a fome de muita gente” na região em que o cuscuz acompanha ovo, carne, salsicha e dá para qualquer refeição do dia.

No mercado de Susana, o produto é rei. “É o que vendemos mais. Os 160 pacotes deram para três dias durante o Natal e a passagem de ano”, refere. E enquanto conversa com o Jornal de Guimarães, Luana, atrás do balcão, recebe chamadas. “Sim, já chegou, já”, responde à invariável pergunta do outro lado.

Nos primeiros meses de mercado, quem estava todo o dia na loja era Susana. Foi aos poucos ganhando vizinhos – muitos deles brasileiros. Entre negócios de moda, estética ou fitness a comunidade à volta do Sabe a Brasil foi crescendo. A vimaranense tem visto a comunidade crescer com o esmorecer dos efeitos da pandemia de covid-19. “Houve clientes que se despediram mesmo de nós, desistiram de estar aqui e voltaram para o Brasil. E agora veio uma nova lufada de pessoas, desta vez com muito mais força. Notamos mesmo uma diferença”, refere.

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