Há quatro projetos para tornar os bairros vulneráveis mais Saudáveis
Dos 71 projetos aprovados na região Norte a 23 de junho, há quatro que, ao abrigo do programa governamental Bairros Saudáveis, visam a “melhoria das condições de saúde, bem-estar e qualidade de vida” nos “territórios vulneráveis” de Guimarães.
Os projetos são o “7Bairros Capitais_7Bairros Culturais”, promovido pela Capivara Azul nas freguesias em redor do centro histórico, o “Palácio da Imaginação”, destinado ao Bairro da Emboladoura, em Gondar, o “CriativaMente”, dinamizado pela Comissão Social Inter-freguesias (CSIF) Oeste, e o “Distâncias Off”, para Creixomil.
Entre os 10 milhões de euros disponibilizados ao território nacional para o período entre 2020 e 2021, as iniciativas para Guimarães totalizam um financiamento ligeiramente acima dos 175 mil euros, sabendo de antemão que nenhuma proposta pode angariar mais de 50 mil.
Dos quatro, o projeto “7Bairros Capitais_7Bairros Culturais” é o que recolhe a maior verba – 50 mil do Bairros Saudáveis e 4.500 de outros financiamentos -, comprometendo-se a difundir sete áreas artísticas por sete núcleos de habitação social.
A Capivara Azul quer assim fazer chegar a performance (dança), a antropologia (memória e património), a imagem, o som, a palavra, as artes visuais e a leitura da paisagem aos empreendimentos de Azurém, Monte de São Pedro (Azurém), Creixomil, Mataduços e Coradeiras (ambos Fermentões), Mesão Frio, bem como ao Bairro Municipal de Urgezes. Os núcleos em questão abrangem 426 habitações, “povoadas por grupos sociais, etários e étnicos distintos”, lê-se na nota do projeto.
Entre os objetivos deste trabalho, contam-se o “fortalecimento da cultura” junto dos territórios em causa e a criação de duas associações juvenis para tais práticas se estenderem no tempo.
Já na Emboladoura, bairro pertencente ao Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), com 249 frações, a iniciativa da Fraterna visa a construção de um “espaço comunitário multifuncional” que colmate a ausência de espaços coletivos públicos. O projeto contempla a mobilização das pessoas da comunidade para os trabalhos de construção, com o intuito de fomentar a “partilha entre gerações e a valorização de saberes locais”, associados à carpintaria, tecelagem e bordados. O “Palácio da Imaginação” recolheu 50 mil euros do programa governamental e ainda 2.500 euros de outros financiamentos.
Aumentar a saúde mental, encurtar a distância ao digital
Na zona oeste do concelho, a Comissão Social Inter-Freguesias (CSIF) tenciona melhorar a qualidade de vida e a integração social das pessoas com problemas de saúde mental. Através do “CriativaMente”, está prevista uma resposta de comunidade para a integração, um esforço para reduzir o estigma associado à saúde mental, trabalhar a prevenção da doença mental através de um técnico da área psicossocial e desenvolver um projeto de economia circular na área do vestuário, com o acompanhamento de um técnico de costura e de um designer.
O projeto incide sobre as vilas de Brito e de Ronfe, bem como sobre as uniões de freguesias de Airão (São João), Airão (Santa Maria) e Vermil, bem como de Figueiredo, Leitões e Oleiros. O financiamento do Bairros Saudáveis é de 35.730 euros, ao qual se juntam 200 euros de outros financiamentos.
Já o “Distâncias Off” visa o combate à iliteracia digital em Creixomil, através de dois objetivos: um é a redução do impacto da covid-19 no processo de aprendizagem das crianças e jovens e o outro é a inclusão social e digital dos adultos e dos idosos.
Esse primeiro desígnio contempla todos os alunos sem recursos para responderem aos desafios do ensino à distância. A segunda meta procura reduzir a exclusão social numa freguesia com mais de 1500 pessoas idosas, 230 das quais vivem sozinhas, lê-se na apresentação do projeto. Uma das medidas incluídas no projeto é a criação de um centro de inclusão digital na Junta de Freguesia de Creixomil.
Além de ter recebido 24.985 euros do Bairros Saudáveis, o projeto angariou também 7.742 euros de outros financiamentos.