Habitação: 172 frações “é um passo”, mas não chega. “É um problema do país”
O executivo municipal vimaranense votou esta quinta-feira uma proposta de investimento para aquisição de 172 frações destinadas a famílias que atualmente se encontram em situação de habitabilidade indigna. Tal proposta, inserida no âmbito do programa 1.º Direito, significa um investimento superior a 20 milhões de euros, dos quais 7 milhões serão encargo do município.
Domingos Bragança, diz estar a trabalhar para que esta seja apenas a primeira fase deste projeto e para que o financiamento do governo aumente, exigindo um esforço menor à autarquia. Estas 172 frações serão edificadas na malha urbana da cidade, sendo que foi já abordada uma segunda fase.
“Já apresentei a possibilidade de lançar uma segunda fase de concurso, pedi financiamento, que poderá incluir as vilas”, disse Domingos Bragança, acrescentado que a “estratégia de habitação tem por base um estudo que apontou o perímetro da cidade como localização apontada para esta habitação”.
Contudo, a construção na zona tampão do Centro Histórico reveste-se de maior exigência, algo que dificulta a construção. “A zona tampão da cidade é muito escrutinada, e ao classificarmos mais 20 hectares aumenta a zona tampão, o que obriga a uma nova avaliação. Estamos a fazer essa a análise”, referiu. No final da sessão, o líder máximo do município adiantou que estas novas habitações serão concebidas com sustentabilidade ambiental, construção modelar de nova geração com uma estrutura edificada no local.
“Muito ainda fica por resolver”, diz oposição
Ricardo Araújo, vereador eleito pelo PSD, apontou pontos positivos a esta iniciativa, como o evitar da 'guetização' do passado, mas alerta a câmara que o problema da habitação em Guimarães vai muito para além dos casos de habitação indigna, e mesmo neste caso a resposta é insuficiente.
“172 frações é um passo importante, mas não chega para colmatar os 726 agregados familiares identificados como habitação indigna. É preciso ter consciência disso. Mas, a habitação em Guimarães não é só um problema dos pobres, é um problema dos jovens e também da classe média que, dado um conjunto de pressões não têm acesso à habitação. É fundamental um conjunto de medidas deste âmbito para o futuro do nosso concelho, que passarão por estabelecer pareceria público privadas, construção a custos controlados e medidas fiscais”, vincou o vereador.