Hélder Andrade guia equipa com caráter a troféu: “É ideal celebrar em casa”
Extravasadas todas as emoções que se soltaram assim que o Vitória carimbou o 17‐15 na negra, para o 3‐2 sobre o Benfica que lhe valeu a reviravolta e a inédita conquista da Taça Federação, Hélder Andrade pode acariciar o troféu acabado de erguer, concluída uma época onde a sua equipa esteve sempre nas grandes decisões, mas teve de esperar pelo último jogo para sorrir numa das competições.
“Por todo o trabalho que realizámos, não só neste ano, mas ao longo destes três anos, por todos os degraus que fomos subindo, ainda para mais nesta época, pela forma como acabámos o campeonato, pela forma como lutámos na Taça, contra este adversário, é ideal celebrar em casa um troféu para a secção de voleibol do Vitória, mais do que justo”, vincou o técnico ao Jornal de Guimarães, quando os festejos no Pavilhão Desportivo Unidade Vimaranense estavam ainda a serenar.
Até ao final feliz, o Vitória viveu uma montanha‐russa de emoções: o primeiro e o segundo sets pareciam a continuidade do inequívoco triunfo de sábado, mas, num repente, tudo mudou: o Benfica arrancou‐lhe esse segundo set das mãos com seis pontos consecutivos, mas as vitorianas não soçobraram, evitando que as águias algumas vez passassem para a frente do marcador a nível de sets. A reação a esse amargo final de segundo set demonstra o caráter das suas jogadoras, a sua resiliência e, acima de tudo, a capacidade para se reinventarem ao longo do desafio, face as substituições e às nuances táticas introduzidas ao longo do encontro de duas horas e meia.
“Trouxemos soluções novas, com toda a gente a participar, toda a gente a ser importante. Com as lesões, temos vindo a ter um plantel um bocadinho mais reduzido, mas, mesmo assim, toda a gente deu uma ajuda, e isso foi muito importante na parte final. A negra, numa final, é um momento em que o controlo emocional é muito importante, por vezes até mais do que a componente técnica”, acrescentou.
No fundo, o Vitória triunfou na “guerra do serviço e receção” que havia perdido na meia‐final da Taça de Portugal e também no primeiro jogo da final da Taça Federação, disputado há uma semana, no pavilhão da Luz. “Estivemos mais estáveis. Os nossos índices de ataque e de bloco foram melhores do que anteriormente. Em alguns momentos, superámos o plano. Numa ou noutra bola importante, estivemos melhores do que o adversário”.
E esse não foi um mérito exclusivo do plano traçado para a final; foi de toda a gente relacionada com o voleibol vitoriano. “É também mérito do staff e de toda a estrutura. Houve muito mérito de quem hoje nos veio apoiar. O pavilhão estava muito bom de se jogar. Claramente foi uma energia extra nos momentos decisivos”, frisa.
Finda a época, o técnico de 34 anos, chegado a Guimarães em 2021/22, destaca ainda a progressão das atletas ao longo da época, quer as mais jovens, como as centrais Raíssa Cassamá e Bruna Oliveira, quer de algumas das que já se encontravam no clube, como a líbero Raquel Moreno. “Conseguiram dar um passo em frente”, afirma, em tom elogioso.