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Hemodinâmica. Coligação JpG pede demissão do presidente da ARS Norte

Pedro C. Esteves
Saúde \ quinta-feira, maio 05, 2022
© Direitos reservados
Bruno Fernandes pediu a Domingos Bragança para "dar um murro na mesa". Serviço continua sem operar em Guimarães e o autarca diz que é um "absurdo". Situação "põe em causa o mecenato", acrescentou.

A coligação Juntos por Guimarães (JpG) diz que Domingos Bragança deve pedir a demissão do presidente da Autoridade Regional de Saúde (ARS) do Norte, Carlos Nunes. O motivo? O atraso na abertura do centro de hemodinâmica do Hospital da Senhora da Oliveira (HSOG). “Vamos dar um murro na mesa”, frisou Bruno Fernandes. O vereador da oposição disse ainda que o presidente da Câmara de Guimarães “tem de pedir a demissão do presidente da ARS Norte”.

O social-democrata reiterou na reunião de câmara desta quinta-feira que há mais de um ano se fazia referência à “boa nova” – a abertura da unidade concluída em 2018. “O presidente da Câmara dizia que a questão era burocrática”, disse. Agora, dois meses depois das Legislativas, “o presidente da câmara diz que vai a Lisboa para desatar o nó”, lembrou, em referência às declarações de Domingos Bragança na última Assembleia Municipal.

“Ou não há vontade política ou o senhor presidente da ARS é incompetente. Tem de ser responsabilizado. Entendemos que se deve demitir para que outro responsável cumpra orientação da senhora ministra”, acrescentou. Bruno Fernandes considera ainda que a situação “descredibiliza o mecenato, o governo e a Câmara Municipal de Guimarães”.

"Em vez de gratidão, há rejeição"

Em fevereiro de 2020, Domingos Bragança anunciou que o Ministério da Saúde lhe prometera alterar a rede de referenciação - sistemas através dos quais se pretende regular as relações de complementaridade e de apoio técnico entre todas as instituições hospitalares – para incluir o Hospital Senhora da Oliveira. O autarca reitera, agora, que não está de acordo com o que se está a passar: “É falta de bom senso, um absurdo e põe em causa o mecenato. Em vez de gratidão, há rejeição”.

Sobre o repto da oposição para a demissão de Carlos Nunes, Domingos Bragança salientou que tem de saber "o nível de responsabilidade na decisão". Mas vincou que o presidente da ARS Norte lhe transmitiu que "a referenciação estava resolvida".

“O presidente da ARS Norte disse, em janeiro, em reunião no Porto, na sede da ARS, que a questão da referenciação estava ultrapassado. Espero que não nos estejam a enganar”, acrescentou. O líder máximo do município adiu que a sala “não está propriamente parada”, com o serviço a fazer diagnósticos.

Domingos Bragança vai ainda reunir com a ministra da Saúde, Marta Temido, para discutir "outras valências" importantes para o funcionamento do Hospital de Guimarães e não somente a unidade de hemodinâmica.

Concluída em 2018, a unidade em causa custou cerca de dois milhões de euros, angariados pela Liga dos Amigos do Serviço de Cardiologia do Hospital Senhora da Oliveira, e a justificação inicial da Administração Regional de Saúde do Norte para impedir a abertura da unidade foi a de que Guimarães estava de fora da rede de referenciação para os serviços de hemodinâmica do país.
Domingos Bragança anunciou a 24 de fevereiro de 2020 que o Ministério da Saúde lhe prometera alterar a rede de referenciação para incluir o Hospital Senhora da Oliveira, mas a unidade de hemodinâmica continua sem a licença de utilização necessária para abrir.

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