Hemodinâmica devia operar há três anos. “Não é bom para mecenato" – Câmara
A coligação Juntos por Guimarães (JpG), através do vereador Bruno Fernandes, voltou a inquirir a maioria socialista na Câmara Municipal sobre a abertura da hemodinâmica do Hospital Senhora da Oliveira (HSOG), lamentando que o assunto se prolongue ad aeternum nas reuniões do executivo municipal. Na resposta, Domingos Bragança admitiu que o laboratório, pronto desde 2018, tem estado sujeito a “um ciclo longo” até à entrada em funcionamento, que não deveria ter acontecido.
“Não concordo nada com o que se passou. (…) Não sei porque não entra logo em funcionamento. A hemodinâmica já deveria estar em funcionamento há três anos”, defendeu. Para o autarca, que se vai reunir com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, no início da próxima semana, este processo é um exemplo de que há muito a “aperfeiçoar” na relação entre o Estado e o mecenato.
“O que se passou não é bom para o mecenato, para a sociedade civil, para que as pessoas com mais poder económico-financeiro ajudem. É importante que as empresas e os particulares, tendo possibilidades, possam ajudar”, disse, a propósito de um equipamento avaliado em 2,5 milhões de euros, financiado por empresas e particulares vimaranenses.
Mesmo com a reunião agendada, Domingos Bragança observou que, da parte da Câmara, a unidade de hemodinâmica é “um assunto resolvido”, já que cabe ao conselho de administração do HSOG e ao ministério “operacionalizarem o serviço”.
O social-democrata lembrou, a propósito dos vários prazos anunciados para a entrada em funcionamento, que Domingos Bragança sugeriu a abertura para este outubro prestes a terminar, num assomo do seu “lado muito otimista”, após o Primeiro-Ministro, António Costa, ter respondido ao deputado social-democrata André Coelho Lima que o laboratório abriria em novembro.
“O senhor presidente disse até que poderia acontecer durante o mês de outubro. Estamos em 27 de outubro. Tem alguma informação atualizada sobre a entrada em funcionamento do serviço de hemodinâmica”, questionou, acusando também o Governo de “não honrar” a palavra. “Será que a palavra de um membro do Governo não vale nada? Vamos tentar perceber se, em relação ao primeiro-ministro, vai ser honrada”.