Hugo Ribeiro diz que é preciso discutir melhorias salariais na Vimágua
É preciso discutir formas de garantir o “aumento salarial” dos trabalhadores da Vimágua, sem “pôr em causa a estabilidade económica e financeira da empresa”, defendeu Hugo Ribeiro, vereador da coligação Juntos por Guimarães, na reunião do executivo municipal desta quinta-feira.
Na sexta-feira, a greve da função pública teve uma adesão de 60% do setor administrativo da empresa intermunicipal de água e saneamento e de 95% dos restantes funcionários, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL). Após consultar o contrato do gestor público, que reconduziu Armindo Costa e Silva na presidência do conselho de administração, votado e aprovado, o representante da aliança PSD/CDS-PP frisou que a base remuneratória dos cerca de 125 assistentes operacionais, entre os mais de 200 trabalhadores da Vimágua, se aproxima do salário mínimo.
“Como detentores de 90% do capital social da Vimágua, deveríamos discutir a base salarial dos restantes funcionários da Vimágua, nomeadamente dos assistentes operacionais. A ideia é dignificar os rendimentos destes funcionários”, assinalou. “Não estava à espera disto. Pensei teriam um salário mais adequado aos dias de hoje”, disse, após a reunião quinzenal.
O antigo presidente da Junta de Freguesia de Abação realçou que esse patamar contrasta com a base de remuneração definida para o presidente do Conselho de Administração, semelhante à de um vereador municipal com pelouros: 3.271 euros mensais, no decurso de 14 meses, que, pelo menos no caso de Armindo Costa e Silva, inclui ainda “subsídio de alimentação, telemóvel, computador e viatura própria”.
Para Hugo Ribeiro, este fosso salarial é “curioso”, já que, em 2015, também com Armindo Costa e Silva na liderança da Vimágua, as justificações para a impossibilidade de se “aumentar a base salarial” foram “as condições da troika” e o Governo de Passos Coelho (PSD/CDS-PP). “Volvidos seis anos, com um Governo PS, continuamos com a mesma questão”, disse.
Como empresa que acumula um volume de negócios anual a rondar os 20 milhões de euros, a Vimágua deveria encontrar forma de evitar a “precariedade laboral” dos seus funcionários, sem prejudicar a sua situação económico-financeira. “A empresa pode tentar ser mais eficiente, fazendo com que mais pessoas se liguem à rede, com que mais pessoas consumam a sua água, com que haja menos furos”, sugeriu.
Reivindicações são legítimas a estão em discussão, adianta Bragança
O presidente da Câmara não respondeu às questões de Hugo Ribeiro sobre a Vimágua, justificando a postura com o cargo da presidente da assembleia-geral da empresa intermunicipal, em conjunto com o homólogo de Vizela, Vítor Hugo Salgado. Após a votação dos pontos na ordem de trabalhos, Domingos Bragança reconheceu que a greve é um direito constitucional dos trabalhadores, estando as reivindicações em discussão entre administração e o STAL.
“Se houvesse recusa de negociação por parte da Vimágua quanto ao sindicato e aos trabalhadores, haveria uma intervenção minha. Está a ser feito tudo de acordo com o procedimento normal para negociar e chegar a um acordo”, informou.
Para o autarca recém-eleito pelo PS, a base remuneratória dos trabalhadores deve ser “a que é praticada na Câmara”; essa base inclui “ordenados que se aproximam do salário mínimo”, em conformidade com a lei, detalhou. “Quero que as empresas municipais se alinhem pelo que a Câmara faz. A reivindicação de ganhar mais é justa. As estruturas têm de perceber se é possível fazer com que esses trabalhadores ganhem mais”, acrescentou.
Quanto ao subsídio de insalubridade, atribuído aos trabalhadores da Câmara ao abrigo do Orçamento do Estado, mas não aos trabalhadores da Vimágua e da Vitrus, Bragança defendeu que o subsídio deve abranger as empresas municipais.