Câmara diz que delegação do IHRU é hipótese, mas não é certa
A presença da ministra da Habitação em Guimarães há cerca de uma semana, numa sessão organizada pelo PS de Guimarães, levou a concelhia a assumir que o território vai receber uma delegação do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), até pelo parque habitacional que detém, mas a vereadora municipal para a habitação, que afirma ter estado presente nessa sessão de 29 de junho, afirma que essa delegação é, para já, só uma hipótese. “Estive presente e a ministra não disse que ia ficar em Guimarães. Disse que não estava fora de hipótese ficar em Guimarães, até porque temos habitações do IHRU”, disse Adelina Paula Pinto.
À margem da reunião de Câmara desta quinta-feira, a vereadora admitiu que o trabalho em proximidade com os bairros do IHRU – Atouguia, Feijoeira, Nossa Senhora da Conceição, São Gonçalo e Emboladoura – poderia resolver “muito mais rapidamente” certas questões, pese o “trabalho muito próximo” que a vereadora da ação social, Paula Oliveira, desenvolve junto das comissões de moradores, mesmo sem poderes de gestão.
Adelina Paula Pinto reconhece ainda a “grande pressão para dar resposta aos jovens”, algo também mencionado por Ricardo Araújo, vereador da coligação Juntos por Guimarães. “A classe média precisa de estímulos para resolver o problema da habitação”, disse.
O também presidente da concelhia do PSD expressou a preferência por uma gestão municipal desses cinco bairros sociais, com “o respetivo envelope financeiro”, até porque, a seu ver, a Câmara faria “melhor articulação e contacto de proximidade com os moradores”, em vez de uma delegação do IHRU para o Norte. O facto de a ministra tecer considerações sobre a possível instalação de uma delegação do IHRU num evento de uma concelhia em vez de uma iniciativa da Câmara, com o seu máximo representante, mereceu-lhe críticas.
“Demos nota, de facto, do inusitado anúncio feito pela ministra da Educação numa sessão partidária à porta fechada de uma delegação do IHRU em Guimarães. A forma como este anúncio não é normal. Não é normal que um membro do Governo venha a Guimarães dizer isso, até pela própria deselegância com o presidente da Câmara Municipal”, referiu.
Ricardo Araújo lamentou também a rejeição das sete propostas apresentadas pela coligação Juntos por Guimarães para a habitação, em março, tendo vincado que há outros municípios com programas complementares ao do Governo mais interventivos no sentido de estimular o arrendamento e a compra e a venda.