
IPCA abre vertente pedagógica da Escola-Hotel de Guimarães em fevereiro
A presidente do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), Maria José Fernandes, confirmou esta quinta-feira, 18 de setembro, que a Escola-Hotel de Guimarães abrirá a sua vertente pedagógica já no próximo semestre. As declarações foram prestadas após a visita às obras na Quinta do Costeado, onde ficará instalado o novo campus da instituição, acompanhada pelo executivo municipal de Guimarães e por Alexandra Malheiro, candidata única à presidência do IPCA.
Segundo Maria José Fernandes, este é um passo decisivo para a presença do IPCA no território do Ave. “A primeira fase desta escola de hotelaria é um passo decisivo para o campus do IPCA em Guimarães. O hotel-escola só estará concluído em 2026/2027, mas os alunos já terão aulas aqui (no edifício pedagógico) a partir de fevereiro”, explicou a presidente. O edifício, com quatro pisos, incluirá salas de aula, cozinha pedagógica, laboratórios, biblioteca, auditório e serviços administrativos.
O projeto integra duas novas escolas, nomeadamente a Escola Superior de Hotelaria e Turismo e a Escola Superior de Desporto, Bem-Estar e Sistemas Biomédicos. Para a dirigente, a instalação do IPCA no Ave concretiza um objetivo traçado há décadas: “Estamos a cumprir um desígnio do IPCA: instalar-nos no Ave, tal como já tínhamos feito no Cávado há 30 anos. É um projeto pensado desde a fundação do Instituto e que agora se concretiza com áreas muito próprias: o turismo e o desporto.”
O campus deverá acolher cerca de dois mil estudantes, distribuídos entre licenciaturas e cursos TeSP (Cursos Técnicos Superiores Profissionais). Atualmente, já funcionam em Guimarães as licenciaturas em Gestão Hoteleira, Gestão de Atividades Turísticas e Desporto. “Já temos alunos a estudar em Guimarães, no primeiro ano. No próximo ano, teremos o segundo e o terceiro ano em funcionamento (em Guimarães) e mais oferta formativa”, adiantou a presidente.
Maria José Fernandes, presidente do IPCA
Questionada sobre uma eventual transferência de todos os cursos TeSP atualmente a funcionar no AvePark para o novo campus, Maria José Fernandes afastou essa possibilidade. Recordou que o IPCA está instalado no AvePark desde 2015, onde existem “valências importantes” e laboratórios especializados, nomeadamente nas áreas como o design de calçado e de moda. Reconheceu, no entanto, que a localização é mais distante, salientando que uma melhoria das ligações de transportes públicos poderia facilitar a mobilidade dos estudantes.
Sobre o impacto da nova infraestrutura do IPCA na cidade, Maria José Fernandes acredita que será significativo, embora reconheça desafios, sobretudo ao nível do alojamento. "Há sempre pressão, mas também uma resposta da cidade. Estão em construção novas residências, o que ajudará a mitigar as dificuldades. Por outro lado, a abertura em Guimarães tem atraído muitos alunos da própria região, o que reduz a procura de alojamento", referiu.
O novo espaço prevê a requalificação da antiga casa da Quinta do Costeado para acolher um hotel com dez quartos e um restaurante de aplicação, além da recuperação de edifícios anexos, como a casa do caseiro, as cavalariças e o celeiro, destinados a serviços e áreas funcionais, apostando em soluções técnicas ligadas à economia circular e à sustentabilidade.
A visita às obras integrou a agenda do executivo municipal, que acompanha o desenvolvimento de um investimento financiado pelo município e considerado estratégico para a cidade. Maria José Fernandes salientou ainda que o campus está localizado “muito perto do centro, com acessos privilegiados”, reunindo todas as condições para se afirmar como um projeto “impactante para Guimarães e para toda a região”.