O Vizela – Moreirense promete emoções fortes. Equilíbrio pode ser chave
Apenas seis quilómetros separam o Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, em Moreira de Cónegos, e o Estádio do Futebol Clube de Vizela. À boleia da proximidade geográfica, da rivalidade cultivada há décadas, em jogos de escalões inferiores, e da campanha que vale um confortável sexto lugar aos pupilos de Rui Borges, os adeptos do Moreirense já adquiriram mais de 600 ingressos para Vizela e podem aproximar-se dos mil no sábado à tarde.
Tal mobilização para o embate antecipado da 15.ª jornada da Liga Portugal Betclic confirma “a paixão e a emoção” em redor do desafio, como reconhece o treinador dos cónegos, Rui Borges. Grato pelo “conforto extra” que têm dado à equipa, o treinador de 42 anos diz-se ciente do “significado do jogo para os adeptos”, mas tenta encarar a deslocação como “um jogo normal”, “de tripla”, como são todos os outros. O equilíbrio emocional pode, a seu ver, ser determinante para o desfecho do encontro.
“Temos de perceber que é um dérbi, com paixão e emoção, mas também equilibrados do princípio ao fim para sairmos de lá com os três pontos. Nas segundas bolas, temos de ser fortes e competitivos como noutro jogo. Temos de ser organizados”, realçou, na antevisão ao desafio.
O jogo vai ser difícil, avisa. A atmosfera em redor é um dos fatores para essa previsão, assim como a mudança de treinador nos vizelenses: o espanhol Rúben de la Barrera, ex-selecionador de El Salvador, substituiu o compatriota Pablo Villar no comando técnico dos azuis e brancos, facto que acentua o desconhecimento do Moreirense face ao oponente que vai encontrar. A sua equipa precisa assim de “uma leitura muito rápida no início do jogo” para contrariar o adversário.
A única expetativa quanto ao Vizela é a de “uma energia extra”, causada pela mudança no banco de suplentes, que o Moreirense vai ter de igualar. Rui Borges crê que os seus jogadores têm condições para o fazer, por estarem preparados para os “momentos de dificuldade” e por constituírem, no dia a dia, “um grupo fantástico, muito comprometido, corajoso, com ambição enorme, individual e coletiva”.
Questionado sobre o possível regresso de Gonçalo Franco ao onze, Rui Borges esclareceu que o médio de 23 é “como os outros” no seio de um plantel que ganha com ou sem Gonçalo Franco, com ou sem João Camacho, pelas “respostas fantásticas” que os vários jogadores têm dado quando são chamados.