De cabeça em cabeça até ao reencontro com as vitórias em casa
A campanha 2023/24 é, para já, a melhor da história do Moreirense, mas nem sempre os jogos em casa têm sido sinónimos de triunfos; os pontos escaparam-se entre os dedos na receção ao Sporting de Braga e também ao FC Porto, por exemplo. Neste domingo, um cabeceamento certeiro de Maracás bastou para a equipa de Rui Borges voltar a vencer no Comendador Joaquim de Almeida Freitas, após um desafio intenso, disputado, repleto de entrega, mas que poderia perfeitamente ter acabado sem golos, face à escassez de ocasiões em praticamente 100 minutos de jogo.
Ter cabeça foi mesmo a chave para o triunfo vimaranense, selado pouco depois do famalicense Gustavo Sá ter acertado na trave: num lance de insistência ofensiva, Madson Monteiro aproveitou o espaço ao segundo poste da área famalicense para tocar de cabeça para a pequena área; Maracás deu a sequência certa ao lance, também com um cabeceamento.
A sexta posição da turma verde e branca está hoje mais sólida: o Famalicão, oitavo da tabela, fica a 10 pontos, e o Vitória que surge logo acima, está a quatro, embora defronte ainda o Gil Vicente neste domingo.
As alterações no onze do Moreirense estenderam-se a todos os setores do terreno: Frimpong ocupou o lugar habitualmente reservado a Pedro Amador na lateral esquerda, Ofori voltou a fazer par com Gonçalo Franco no meio-campo e o eixo do ataque voltou a ser ocupado por um ponta de lança, no caso Matheus Aiás, que poderia ter feito o gosto ao pé logo ao terceiro minuto, não fosse a agilidade de Luiz Júnior a sair da baliza para travar o cruzamento venenoso de João Camacho.
O lance serviu de amostra para uma primeira parte definida pelo equilíbrio de forças, interrompido por breves lufadas de inspiração individual, sobretudo a partir das alas. Os axadrezados voltaram a tentar ao minuto 10, mas a partir da direita, com a bola de Kodisang para Matheus Aiás a ser intercetada por Enea Mihaj; os famalicenses responderam numa soberba iniciativa individual de Puma Rodríguez, embora sem remate ou assistência.
Oportunidades de golo propriamente ditas nem as ver na primeira meia hora, contudo. O duelo era uma malha bem urdida, com as inúmeras disputas de bola no miolo e as marcações apertadas a servirem de testemunho para a concentração de jogadores nessa zona, sempre mais elevada do que junto a qualquer das áreas. João Camacho tentou agitar as águas ao minuto 36, mas a bola passou muito por cima.
O perigo continuou arredado das balizas no início da segunda parte, mas os inúmeros erros do Moreirense na construção ofensiva, com as perdas de bola subsequentes, abriram os flancos para incursões cada vez mais frequentes do Famalicão, que melhorou a ligação entre o seu principal organizador de jogo, Gustavo Sá, e os dois alas, principalmente Théo Fonseca na direita.
A bola rondou cada vez mais a baliza à guarda de Kewin Silva, mas só ao minuto 74, numa fase em que os comandados de Rui Borges se pareciam libertar um pouco da pressão adversária, o Famalicão esteve na iminência de inaugurar o marcador: Nathan teve muito espaço na direita e cruzou para o coração da área verde e branca, onde Gustavo Sá se impôs para um cabeceamento em forma de chapéu apenas travado pela barra.
O Famalicão criava a sua grande ocasião de golo e desperdiçava-a, ao contrário do Moreirense, que foi letal a partir de uma bola parada. A equipa mostrou-se preparada para marcar numa fase decisiva e depois para sofrer. Sofreu recuada, com um bloco compacto a anular praticamente todas as investidas contrárias, à exceção de um remate de Florian Danho que rasou o poste.