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Tanto domínio não foi em vão: André voltou, olhou e cabeceou para a vitória

Tiago Mendes Dias
Desporto \ domingo, fevereiro 04, 2024
© Direitos reservados
O Vitória pressionava, ameaçava e desperdiçava até que o ponta de lança, qual reforço de última hora neste mercado, fez abanar as malhas e apontou o caminho para o regresso aos triunfos.

Parecia tudo muito difícil para o Vitória: a equipa de Álvaro Pacheco era dona e senhora da bola, mas definia mal quase todos os lances, escapando-se-lhe entre os dedos as possibilidades de criar perigo e eventualmente marcar golos. Mas o forcing entre os minutos 78 e 80, com cantos sucessivos, valeu a pena, desembocando no golo do triunfo; longa ia já a insistência ofensiva quando Ricardo Mangas recebeu com espaço na esquerda e atirou bem tenso para o segundo poste, onde o avançado que esteve com um pé em Itália no recém-encerrado mercado de transferências, mostrou estar com toda a cabeça no símbolo que representa.

O cabeceamento certeiro selava o regresso aos triunfos e os 39 pontos que a equipa já ambicionava desde a visita a Barcelos há uma semana, essa de final infeliz. O Vitória é quarto classificado à condição após uma partida cuja história começou bem antes do apito inicial. Por volta das 13h30, a GNR estava reunida no posto territorial de Vizela enquanto os primeiros adeptos se concentravam às portas do Estádio do Futebol Clube de Vizela; a chegada de oito carrinhas da força de segurança ao anfiteatro do jogo foi um primeiro augúrio de que a bola iria rolar. Uma hora depois estava confirmada a luz verde para o desafio, com as filas de adeptos a estenderem-se às portas das bancadas num ambiente sereno.

O jogo, esse, começou bem menos sereno, com a equipa de arbitragem a chamar a si o protagonismo nos cinco primeiros minutos, após duas decisões erradas em lances alegadamente fáceis de se avaliar e uma intervenção mais autoritária num lance normal. Esses instantes foram antecâmara para uma parte rica em quezílias e em paragens – tensão essa que se refletia nos assobios oriundos da bancada – e parca em lances de futebol bem gizados. Ainda assim, houve tempo para calafrios junto às balizas, principalmente a do Vizela.

De regresso a uma casa onde foi muito feliz entre 2019 e 2022, Álvaro Pacheco viu os seus pupilos empurrarem o jogo para a área contrária e a visarem a baliza à guarda de Buntic em remates de Ricardo Mangas e de Jota Silva, esse último o mais perigoso; o atacante rematou à malha lateral.

O Vizela foi rápido a libertar-se dessa pressão, contudo; dinâmica pela esquerda, graças às combinações entre o lateral Lebedenko e os reforços Bruno Costa e Domingos Quina, a turma de Rubén de la Barrera também encontrou vias para chegar à área vitoriana, embora sem lances claros de perigo.

Quase sempre feia de se ver, a primeira parte pôde apenas respirar uns ares de bom futebol em cima do intervalo, numa bomba de Nuno Santos a rasar o poste direito e num livre de Tiago Silva para defesa apertada de Buntic; nessa fase, já o Vitória retomara algum do controlo dos primeiros 10 minutos, com movimentações regulares nas imediações da área azul, mas sempre longe de deslumbrar.

 

Varela lesionado, penálti falhado e cabeceamento abençoado

A segunda parte não trouxe boas novas ao Vitória, mesmo com o domínio territorial a acentuar-se: primeiro, as queixas de Bruno Varela na primeira parte eram sintomas de uma lesão que ditou a sua substituição por Charles; cinco minutos volvidos após o reatar do jogo, a formação preta e branca beneficiou de um penálti que viria a falhar. Chamado a converter depois da falta de Bruno Costa sobre André Silva, Tiago Silva falhou pela primeira vez da marca dos 11 metros no tempo regulamentar enquanto jogador do Vitória: o médio atirou para o lado contrário do guarda-redes mas por cima.

Nada corria de feição a uma equipa que teimava em nada aproveitar do muito controlo territorial que exibia; os problemas defensivos do Vizela eram notórios, os espaços existiam, mas os cruzamentos saíam quase sempre transviados, assim como os remates. O golo só voltou a pairar no Estádio do Futebol Clube de Vizela aos 72 minutos, num remate de Jota Silva que ainda tirou tinta à trave.

Com João Mendes a distribuir jogo, a manobra ofensiva vitoriana ganhou fluidez e o Vizela focava-se apenas em manter a bola afastada das suas redes. A partir dos 75 minutos, esse esforço intensificou-se e os próprios setores vitorianos da bancada animaram-se. O golo foi culminar dessa corrente ofensiva.

Os anfitriões reagiram, mas quase sempre de forma atabalhoada, apesar de terem criado perigo ao 87 minutos, num remate que obrigou Charles a esticar-se para evitar o golo. Mesmo sem ter sempre a bola, o Vitória limpou quase tudo e Jota Silva estava ainda pronto para correr de uma ponta a outra do campo, obrigando os defesas adversários a estarem sempre atentos. Fechava-se assim o primeiro capítulo triunfal do Vitória no concelho vizinho, após o regresso do Vizela à Primeira Liga em 2021/22.

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