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Guimarães
08 novembro 2024
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Madson quebra monotonia e devolve Moreirense à rota dos êxitos

Tiago Mendes Dias
Desporto \ sábado, fevereiro 10, 2024
© Direitos reservados
O extremo brasileiro aliou a estética à eficácia na antecâmara do último quarto de hora, precisamente quando a qualidade se desvanecia de um jogo com uma primeira parte animada.

A jogar no seu estádio, perante os seus adeptos, com o conforto da posição tranquila que ocupa na tabela, o Moreirense parecia uma equipa progressivamente adormecida na segunda parte, desperdiçando os inúmeros espaços para ataques rápidos e consequentes ocasiões de golo. Nessa fase até era o Chaves quem mais assumia a construção ofensiva, embora numa toada lenta, pejada de erros nos passes. Só um momento de inspiração parecia capaz de despertar os 1.340 espetadores num fim de tarde chuvoso no Comendador Joaquim de Almeida Freitas; ele apareceu ao minuto 73, por Madson Monteiro, um dos jogadores mais propensos a laivos de virtuosismo neste elenco de Rui Borges.

O brasileiro tirou as medidas à baliza assim que recebeu o passe da direita e desferiu um belo remate à meia-volta que só parou no fundo das redes: a bola entrou sem hesitação junto ao poste esquerdo, com o guarda-redes Hugo Souza, irrepreensível no resto do jogo, a nada mais poder fazer que não olhar. O golo valeu o regresso dos cónegos às vitórias e consolidou a sexta posição da tabela, ao mesmo tempo que deixa o Chaves do vimaranense Moreno em situação ainda mais apertada, na penúltima posição da tabela.

Corpo com asas renovadas, fruto da titularidade de Madson Monteiro e de Antonisse, a render Kodisang e João Camacho, a turma de verde e branco exibiu um precoce faro de baliza por uma das suas caras novas – Luis Asué obrigou Hugo Souza a intervenção atenta -, mas encontrou no Desportivo de Chaves um oponente predisposto a colocar obstáculos no caminho dos vimaranenses para o golo.

Essa resistência parecia na iminência de ruir assim que começou a chover copiosamente, ao minuto 15: com Gonçalo Franco e Ofori no total controlo das operações do meio-campo, frente a um adversário com sucessivos passes falhados na hora de sair, a equipa de Rui Borges encostou-se à área transmontana e viu os ferros negarem-lhe o golo por duas ocasiões. Num dos sete cantos a favor do Moreirense, a bola sobrou para Gonçalo Franco entre o emaranhado de jogadores e esbarrou com violência no poste. Estavam decorridos 18 minutos. Aos 25, os homens de Moreira de Cónegos protagonizaram uma ocasião ainda mais flagrante: o proativo Luís Asué rematou colocado na passada, mas viu Hugo Souza negar-lhe o golo com uma defesa miraculosa, com a bola a resvalar para o poste.

A chuva abrandou e, com ela, a dinâmica ofensiva do Moreirense; no último quarto de hora, os homens de xadrez desligaram-se na hora de construir, a comunicação falhou várias vezes, os passes saíram transviados, e a turma de Moreno aproveitou não só para respirar, como para levar o encontro para a área contrária. A partir do minuto 30, o sinal mais pertenceu à equipa transmontana, numa fase de vigor ofensivo que culminou na aparatosa defesa de Kewin Silva a travar o remate em arco de Kewin Silva, já nos descontos.

A segunda parte acompanhou a variação da temperatura: a equipa flaviense segurou o ascendente que levou para os balneários, mas com mais paciência na hora de construir. Essa dinâmica mais fria não impediu o Desportivo de Chaves de criar a sua ocasião mais flagrante aos 51 minutos, quando Raphael Guzzo apareceu na marca de penálti e rematou contra Kewin Silva. Letárgico em campo, o Moreirense precisou de uma abertura para Kodisang e de um canto para voltar a colocar Hugo Souza à prova, num cabeceamento acidental de Maracás que levava selo de golo.

A bola circulava cada vez mais sem rumo a meio-campo, fruto dos inúmeros erros de ambas as equipas na construção ofensiva, até que Madson Monteiro soube o que fazer com ela ao receber um passe de Dinis Pinto: o remate que desferiu à meia volta só parou no fundo das redes perante um desamparado Hugo Souza.

O golo foi o tónico que os cónegos precisavam para reaver o conforto demonstrado nos primeiros 25 minutos do desafio: os homens de verde e branco controlaram a reação flaviense, quase sempre pouco esclarecida, e conduziram a sua ambição a bom porto num mar pouco revolto.

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