Solidez fica no balneário e abre porta à continuidade da crise
No encerramento da 29.ª jornada da Liga Bwin, a performance do Vitória teve duas histórias contidas em 90 minutos, repartidas tal e qual um jogo de futebol: uma primeira de solidez defensiva e escassez ofensiva, cujo único alimento de relevo foi o golo anulado a André Silva, e uma segunda de desnorte coletivo. O ataque continuou inconsequente, mas os alicerces que sustentaram o equilíbrio vitoriano nos primeiros 45 minutos ruíram.
Moreno decidiu trocar André André por Dani Silva ao intervalo, mas a equipa apareceu pior, com influência ou não do golo sofrido ao segundo minuto da etapa complementar: Pedro Gonçalves apareceu com espaço à entrada da área vitoriana e atirou rasteiro e colocado para o fundo das redes, com Celton Biai pregado ao relvado, sem reação. O Vitória caiu a pique e arrastou-se ao longo da segunda parte, sem nunca colocar em causa a vantagem leonina.
Os pupilos de Moreno estiveram perdidos em campo por 20 minutos, vendo o Sporting queimar linhas com naturalidade em jogadas a dois toques e a chegar à área, embora sem a mesma eficácia de Pedro Gonçalves. A equipa recompôs-se ligeiramente após as entradas de Tomás Händel e de Nelson da Luz, com um lance que ainda agitou o relvado e as bancadas, mas esse ímpeto foi sol de pouca dura. Além de errar na manobra ofensiva, o Vitória foi sempre incapaz de estar à altura da agressividade e da capacidade de antecipação dos leões.
Os últimos minutos foram o corolário de uma segunda parte penosa, particularmente para Celton Biai: o guarda-redes foi mal batido no cabeceamento de Coates, anulado após recurso ao videoárbitro, e voltou a sê-lo no remate de Arthur Gomes nos descontos, que selou o 2-0. Escreveu-se assim a história que consumou o sexto jogo do Vitória sem vencer; a equipa de Moreno somou apenas um ponto nesse período.
A história dos primeiros 45 minutos praticamente não contou: a equipa de Moreno contrariou o ascendente leonino com uma postura defensiva equilibrada, alicerçada nos regressos de Ibrahima Bamba e de Mikel Villanueva ao trio defensivo, mas raramente se aproximou da área verde e branca com perigo, pese algumas arrancadas pelas alas. O Vitória guardou o melhor lance para os descontos da primeira metade: André Silva encostou à boca da baliza, a concluir um lance individual de Rúben Lameiras. Estava, porém, sete centímetros adiantado face ao último homem do alinhamento defensivo leonino. O lance não contou, tal como o resto da primeira parte.
