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JpG aponta “falta de ambição” nas Gualterianas. Maioria vinca “diversidade”

Tiago Mendes Dias
Cultura \ quinta-feira, julho 21, 2022
© Direitos reservados
Ricardo Araújo disse que o cartaz desvaloriza a “raiz popular” das festas, algo que Paulo Lopes Silva rejeitou. Bragança pede às associações para darem mais vida aos “números vivos” da Marcha.

O ano de regressos que é 2022 estende-se às Festas da Cidade e Gualterianas, mas o cartaz está longe de agradar à oposição no executivo municipal vimaranense. Para Ricardo Araújo, um dos quatro vereadores da coligação Juntos por Guimarães, a programação anunciada pela Câmara Municipal a 12 de julho, com epicentro entre 05 e 08 de agosto – concertos de Expensive Soul e de Camané, antes do encerramento com a Marcha Gualteriana -, atesta “falta de ambição”.

“Sendo estas as festas da cidade, mereciam uma projeção superior no cartaz. Esta é também uma forma de afirmação de Guimarães. Guimarães não deve ficar para trás. Estas festas são de raiz e de cariz popular e assim se devem manter”, salientou.

Para o recém-eleito presidente da Comissão Política Concelhia do PSD, a edição que assinala os 115 anos das festas carece de “uma programação diversificada”, que valorize “a cultura erudita e a cultura popular”, ao invés da “segmentação” que vislumbra, inclinada a favor da “cultura erudita”. Ricardo Araújo sugeriu até que a tendência se enquadra em “alguns setores pseudo-intelectuais” aos quais o PS é “muito sensível”.

Ricardo Araújo crê que, nas hostes socialistas, há um certo "desprezo" quanto às manifestações populares, antes patente na deslocalização das diversões das Gualterianas para a parte superior do parque das Hortas ou na limitação da Feira Afonsina ao Monte Latito. Considera ainda "estranho" haver três noites com fado no programa. 

Confrontado com as declarações proferidas antes da ordem do dia na reunião da Câmara Municipal desta quinta-feira, o vereador com o pelouro da Cultura realçou que as Gualterianas regressam com “a intensidade” que se justifica, espelhada pelo “maior orçamento de sempre” para o evento.

Paulo Lopes Silva rejeitou, aliás, a acusação de “falta de ambição” e desconhecer a “tendência para a música erudita”, lembrando números como a feira de artesanato, a feira do gado, as animações de rua, o desfile de charretes e os cantares ao desafio. “Nas concertinas, é acrescentada a dimensão das arruadas, com aqueles que têm aparecido ao Toural espontaneamente. Do lado do PS, não pensamento pseudo-intelectual de esquerda, mas conhecimento profundo da cultura local”, reiterou.

O responsável salientou também a atenção dada à formação cultural local, de que é exemplo a noite de domingo: ao invés de proporcionar um concerto e um despique de bandas filarmónicas, que repartiam os espetadores por dois locais, o cartaz mantém o despique, no Largo do Toural, para dar “visibilidade às instituições” locais.

A Câmara Municipal rejeita promover festas descartando o tecido cultural local, vincou ainda Paulo Lopes Silva. “Se quiséssemos fazer de festas a nossa forma de estar, o vereador ficaria mais contente. Daremos a visibilidade que merecem, sem desinvestir de um projeto de formação cultural de base, desde a cultura erudita à cultura popular”, vincou.

 

 

Bragança pede “algo novo” aos “números vivos” dos carros da Marcha

O presidente da Câmara Municipal de Guimarães rejeitou igualmente as críticas de Ricardo Araújo, vincando que Guimarães está “no topo da formação e da programação cultural”, com eventos de índole “popular” ou “erudita” todas as semanas. “Se abdicássemos disso e concentrássemos todo esse investimento nas Festas Gualterianas, não tínhamos meça no país”, sugeriu Domingos Bragança.

O autarca crê, no entanto, que é possível melhorar Marcha Gualteriana, número de encerramento das festas. Elogioso para com os carros, Domingos Bragança vincou que os “números vivos” têm de corresponder às “obras de arte” criadas pelos obreiros da Associação da Marcha Gualteriana.

Ao invés de se verem figurantes parados sobre os carros, é preciso que o tecido cultural e associativo de Guimarães dinamize o que se pode ver naquele cortejo. “Já tenho ouvido das pessoas que a Marcha é sempre a mesma coisa. Mas os números vivos podem acrescentar algo de novo. A força cultural e a força associativa de Guimarães poderiam estar presentes naqueles números vivos”, esclareceu.

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