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Um cartaz de vários estilos e caras novas: vem aí mais um L’Agosto

Tiago Mendes Dias
Cultura \ quarta-feira, julho 26, 2023
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A eletrónica de Rival Consoles ou Ko Shin Moon e o pós-rock de And So I Watch You from Afar estreiam-se na cidade-berço, em três dias bem lusos e mexidos, durante as Gualterianas.

A companhia do fogo de artifício no dia que encerra o L’Agosto é um cenário que promete repetir-se em 2023 no jardim do Museu de Alberto Sampaio: a sexta edição do festival realiza-se em 03, 04 e 05 de agosto, em tempo de Festas da Cidade e Gualterianas, coincidindo a última noite, de sábado, com o espetáculo pirotécnico que incandesce os céus da cidade-berço.

Essa noite é também aquela que promete mais decibéis no ar, com guitarras em progressões furiosas, sejam as dos portuenses Cobrafuma, as dos barcelenses Solar Corona ou as do And So I Watch You From Afar, coletivo da Irlanda do Norte com seis álbuns lançados desde 2009, que atua pela primeira vez em Guimarães.

“É uma banda estrangeira que, no entanto, nunca veio a Guimarães. Queremos pontuar o festival nesse sentido, trazendo coisas que nunca vieram à cidade. O lançamento mais recente de discos nem sempre está em cima da mesa”, diz Giliano Boucinha, da Elephante Musik, promotora fundada em 2014, que organiza o festival desde 2017.

A novidade é elemento que se estende aos dois primeiros dias, que oscilam entre o rock, a eletrónica e a música africana; em 03 de agosto, a eletrónica de Rival Consoles ouve-se pela primeira vez em Guimarães, partilhando o palco com África Negra, a mais importante banda de São Tomé e Príncipe, e com Glockenwise, quinteto de Barcelos que lançou Gótico Português neste ano. Em 04 de agosto, o francês Ko Shin Moon, agente de fusão entre a eletrónica europeia e as influências orientais, atua entre Maria Reis, veterana do rock português, e os sons dançáveis de Moullinex & GPU Panic.

Apesar de não se focar num só estilo, optando por uma miscelânea, o cartaz procura fazer sentido a nível estilístico e levar a que “as pessoas também se envolvam da primeira à última banda”, acrescenta o organizador. A presença de músicos conhecidos na Europa, mas ainda desconhecidos em Portugal é outro dos elementos que distingue os três dias, corporizado pelo britânico Rival Consoles.

“É um artista que tem tocado em todo o lado, a nível de espaços eletrónicos na Europa e no mundo. Há artistas que têm esta particularidade de serem muito conhecidos fora do território português e aqui ainda estão a ser dados a conhecer”, acrescenta o responsável da Elephante MUSIK e músico em projetos como Paraguaii e Tyroliro.

Os concertos arrancam às 22h00, às 23h00 e às 00h00 de cada um dos dias, abrindo-se as portas aos festivaleiros a partir das 21h30. Sem especificar o número de bilhetes vendidos, Giliano Boucinha vinca ao Jornal de Guimarães que “está tudo encaminhado para ter uma boa casa”. Os bilhetes para cada dia custam 20 euros e o bilhete geral, para os três dias, 40.

 

A eletrónica tem-se tornado numa das marcas do L'Agosto

A eletrónica tem-se tornado numa das marcas do L'Agosto

 

Expandir festival para outra área da cidade já foi equacionado

A dar música desde 2017, o L’Agosto realiza-se por norma no jardim do Museu de Alberto Sampaio – a exceção foi 2018, quando estavam em curso as obras no adarve da muralha medieval. O festival está umbilicalmente ligado àquele espaço com lotação para cerca de mil pessoas, sem capacidade para aumentar. A expansão é, por isso, uma hipótese que já foi colocada em cima da mesa pela Elephante Musik. “Já houve ideias de tentar expandir o festival de outra forma, mas o festival não pode crescer mais naquele espaço. Já houve ideias de expandir o festival, com outro palco na cidade, para acolher projetos emergentes, mas isso é tudo possibilidades e estudos”, confessa Giliano Boucinha.

Ciente de que a época do ano é “um bocado ingrata” perante as férias e as movimentações de pessoas para outros lugares, o responsável da Elephante Musik reitera que o L’Agosto já tem “um público fiel”. “Temos a consciência de que fazer um festival na primeira semana de agosto é difícil, porque há muita gente que vai de férias e muita gente que vem de férias. Há uma oferta grande na cidade. Mas temos um público fiel, mas que circula um bocado por aquilo que as bandas conseguem trazer. O festival já é conhecido de norte a sul do país”, observa.

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