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Os pormenores de Nuno foram antídoto para o veneno do Arouca

Tiago Mendes Dias
Desporto \ segunda-feira, janeiro 15, 2024
© Direitos reservados
No melhor jogo pelo Vitória, Nuno Santos rubricou as assistências para os golos que selaram a reviravolta perante um adversário que tem sido carrasco em Guimarães e encostou o Vitória ao quarto lugar.

O imediato suspiro de alívio deu prontamente lugar aos punhos erguidos no ar para a celebração de um saboroso triunfo do Vitória SC sobre o Arouca. Foi-o por várias razões, condensadas no reconhecimento dos 11.206 espetadores presentes esta segunda-feira no Estádio D. Afonso Henriques à equipa após o apito final: os homens de preto e branco reagiram ao golo madrugador do Arouca com uma corrente de futebol ofensivo que valeu o empate em cima do intervalo, adiantaram-se no marcador numa fase em que os visitantes saíam quase sempre com perigo para o contra-ataque, seguraram o resultado com tranquilidade na reta final, quebraram um enguiço de sete anos em casa frente à turma da Serra da Freita, contabilizaram o oitavo jogo consecutivo sem derrotas e encostaram-se ao quarto lugar, ocupado pelo rival Sporting de Braga.

O ocaso da primeira volta foi ainda a alvorada de Nuno Santos como real acréscimo de qualidade ao plantel vitoriano: o médio rubricou as duas assistências, a última das quais em grande estilo. A equipa da cidade-berço somou assim o sétimo triunfo em nove jogos como anfitrião para a Primeira Liga, num jogo emotivo em que foi melhor, sobretudo na primeira parte.

À exceção do período entre os oito e os 15 minutos, período em que sofreu no primeiro ataque do Arouca e poderia ter sofrido por mais duas vezes, o Vitória dominou por completo os primeiros 45 minutos; apresentou, aliás, uma das melhores performances de toda a época, com um jogo ofensivo a percorrer todos os cantos do ataque em busca de uma nesga que desequilibrasse a organizada defesa adversária, sempre pronta a dar o corpo às balas.

O Vitória anunciou ao que vinha decorridos 40 segundos de jogo: André Silva descobriu Jota Silva isolado, mas Matías negou o desvio final com um corte de carrinho. No canto subsequente, Tiago Silva obrigou Arruabarrena a evitar o golo. O futebol vitoriano escorria fluido pelo relvado e, apesar do tampão imposto por Jason, na conclusão subtil de um contra-ataque muito bem desenhado por Sylla e Cristo González, voltou a ganhar vida após a passagem do quarto de hora, primeiro num passo cauteloso, com sucessivas trocas de bola entre o centro e as laterais à procura do cruzamento e, a partir dos 30 minutos, com um ritmo tremendo, a encostar a turma de azul e amarelo à sua baliza.

Nuno Santos tentou, Jota Silva tentou e Bruno Gaspar tentou, mas os adversários estavam no caminho da bola. André Silva cabeceou torto em boa posição e Händel rematou colocado para grande defesa do guarda-redes basco do Arouca. O golo viria antes do intervalo, porém: muito dados ao jogo ofensivo, Nuno Santos e André Silva abriram caminho para Jota Silva se isolar e contornar o adiantado guardião contrário. A bola estava no fundo das redes para mitigar a injustiça do resultado ao intervalo.

A história da segunda parte tem mais nuances. O Vitória regressou dos balneários com a mesma mecânica ofensiva, com a mesma vontade de alvejar as redes arouquenses, algo que Arruabarrena negou a Tiago Silva, mas a equipa de Daniel Sousa também apareceu com energias revigoradas. O contra-ataque azul e amarelo estava aí para as curvas e os calafrios percorriam as bancadas ao ritmo de qualquer perda de bola a meio-campo; Rafa Mujica falhou o segundo golo dos visitantes por um triz e Cristo González introduziu mesmo a bola na baliza, mas em fora de jogo.

O ascendente continuava a ser preto e branco, mas foi precisa a inspiração de Nuno Santos para escancarar a porta do triunfo; o médio entrou na área, ultrapassou um adversário, bateu um segundo com um primoroso toque de calcanhar e picou a bola sobre Arruabarrena. André Silva só teve de fazer o mais fácil: cabecear para o fundo das redes.

Pela primeira vez em vantagem, os comandados de Álvaro Pacheco abrandaram. Coube ao Arouca organizar-se para atacar e fê-lo bem quando puxou a bola para a ala esquerda: é daí que nasce o remate de Jason para a recarga de Cristo. Seria o golo do 2-2 não fosse a interferência de Sylla com o raio de visão de Bruno Varela. Foi o canto do cisne para os homens da Serra da Freita.

A equipa de Daniel Sousa continuou vertical, com um transporte de bola ao primeiro toque entre a defesa e o ataque, mas assim que chegava à área vitoriana esmorecia. Robusto, o trio defensivo deu conta de todas as encomendas e selou a sete chaves o cofre com três pontos que valem a melhor primeira volta desde a temporada 2014/15; na altura, o Vitória conseguiu 34 pontos em 17 jornadas.

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