
Livre defende reforço da cultura como eixo central da ação política
Teresa Mota, cabeça de lista do LIVRE por Braga nas próximas eleições legislativas, reuniu-se a 5 de maio, em Guimarães, com Hugo Freitas e Rui Torrinha, respetivamente diretor executivo e diretor artístico de artes performativas de A Oficina. O encontro serviu para aprofundar o conhecimento sobre a estrutura, a missão e o funcionamento desta cooperativa cultural de referência.
A Oficina, que se assume como um laboratório social dedicado ao apoio de artistas emergentes e consagrados, aposta na construção de públicos diversificados e na promoção de colaborações artísticas a nível nacional e internacional. Segundo Teresa Mota, a visão da cooperativa está em plena sintonia com os princípios do Livre, que defende a cultura como um direito universal e um motor de consciência cívica, participação democrática e coesão social.
Durante a reunião, foram destacados os desafios financeiros enfrentados por A Oficina. Como cooperativa sem fins lucrativos, a entidade depende fortemente do apoio da Câmara Municipal de Guimarães, que assegura grande parte do seu financiamento através de contratos-programa anuais. No entanto, a pressão inflacionista e a redução proporcional desse apoio no orçamento camarário têm condicionado a sustentabilidade da cooperativa. Além disso, a imprevisibilidade e a insuficiência dos concursos nacionais de apoio à cultura dificultam o planeamento e a execução de projetos a longo prazo.
Face a estas dificuldades, Teresa Mota sublinhou as propostas do Livre nesta área, nomeadamente, a atribuição de 1% do PIB à cultura, a diversificação das fontes de financiamento, a calendarização previsível dos concursos da Direção-Geral das Artes e o combate à precariedade laboral no setor, nomeadamente com medidas contra os falsos recibos verdes e o reforço do Estatuto dos Profissionais da Cultura.
Outro tema debatido foi a situação do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), que, ao contrário de outras instituições culturais criadas no âmbito da Capital Europeia da Cultura, como a Casa da Música ou o Centro Cultural de Belém, não beneficia de financiamento do orçamento de Estado devido a uma alegada desadequação legislativa. Teresa Mota considerou esta situação uma injustiça e garantiu que a descentralização da cultura, defendida pelo Livre, terá em conta esta problemática na próxima legislatura.