André Silva foi antídoto para o sufoco que reapareceu a acabar
O remate certeiro na cara de Marcelo Carne parecia ser o tónico para uma reta final de partida calma; afinal o Vitória vencia por 2-0 com menos de meia hora por se jogar. Mas a equipa só suspirou de alívio quando António Nobre apitou pela última vez: o golo de Geny Catamo, ao minuto 87, num bom remate à meia volta podia ter reavivado os fantasmas que assombraram os homens de Moreno noutros episódios desta temporada, mas a equipa vimaranense colocou mesmo termo ao ciclo de seis jogos sem vencer. Precisou de viajar à Pérola do Atlântico para o fazer, perante o aflito Marítimo.
Num reduto onde tem sido feliz – três triunfos nas últimas cinco temporadas -, a equipa de Guimarães mostrou, num só jogo, as várias facetas apresentadas em 2022/23, revelando até alguma bipolaridade: a calma e a contenção da primeira metade, pontuada por alguns remates perigosos, deu lugar aos sucessivos calafrios com que se deparou Bruno Varela e a defesa no primeiro quarto de hora da segunda metade. O golo de André Silva, a dar sequência a um passe de Händel e a um corte infeliz de um defesa verde-rubro que o deixou isolado, pôs água na fervura, mas o termómetro voltou a subir, instalando-se a incerteza quanto ao desfecho.
Depois da crítica ao grupo no rescaldo do jogo com o Sporting e do elogio para com o trabalho realizado durante a semana, Moreno trocou de guarda-redes, de miolo e de ala direito para o embate desta tarde com o Marítimo: Bruno Varela regressou ao lugar que foi seu na maioria da época, Tiago Silva voltou a ocupar o lugar no meio-campo após castigo, desta feita ao lado de Tomás Händel, e Jota Silva reapareceu no onze, ao lado de André Silva e de Mikey Johnston.
O arranque esteve longe de ser promissor, com o Marítimo mais rápido e disponível a levar a bola para a baliza contrária, mas o aviso de Jota Silva ao minuto 11, numa disparo a rasar o poste direito, despertou os homens de Moreno, colocou os verde-rubros em sentido e mudou o curso da primeira parte.
O encontro assumiu doravante uma toada de parada e resposta, com os espaços a desenharem-se em virtude do esforço das equipas para procurarem a área contrária. Tomás Händel e Mikey Johnston ensaiaram remates de longe na sequência de livres curtos, antes de Tiago Silva beneficiar de uma grande penalidade para atirar a contar; Mosquera derrubou Jota Silva e o médio aproveitou o sucedido para marcar o quinto golo no campeonato.
Em vantagem, o Vitória retraiu-se um pouco face à dinâmica até então exibida, e o Marítimo fez duas aproximações perigosas à baliza vitoriana até ao intervalo, prelúdio para o cerco à área que viria a montar no arranque da segunda parte. No final, nenhum desses episódios de ascendente insular fez diferença para o resultado. Resultado esse que repõe o Vitória na luta pelo quinto lugar, face à derrota do Arouca no terreno do Rio Ave.
Os vimaranenses recuperaram o sexto lugar e têm agora 44 pontos, menos quatro do que os comandados de Armando Evangelista, a quatro jornadas do fim. Na próxima ronda, os comandados de Moreno regressam a casa para defrontar o Vizela, a partir das 18h00 de domingo.