Memórias dos espetadores de outrora inspiram peça de teatro no Jordão
Os testemunhos de 19 pessoas são os alicerces da representação que vai decorrer nas galerias da renovada versão do Teatro Jordão, inaugurada em 2022. Com direção artística de Manuela Ferreira, a peça homónima estreia-se em 28 de novembro, sexta-feira, a partir das 21h30, com o propósito de avivar e interpretar as memórias que subsistem do edifício original, repleto de sessões de teatro e cinema, entre 1938 e 1993, ano do seu encerramento.
Albertina Macedo Castro, Alexandrino Fortes da Silva, António Matos, Bruno da Fonseca, Cristina Vilarinho e Helena Marques são os intérpretes de “um projeto de criação teatral participativa”, que “coloca o espetador enquanto arquivo vivo, que guarda e cuida a memória do Teatro Jordão na relação com outras dimensões da cidade”, lê-se na nota de apresentação da obra.
“Escavar este material submerso, armazenado num lugar incerto da memória, foi a tarefa que se pretendeu realizar em conjunto com atores da comunidade, assim como os espetadores de diferentes gerações que acompanharam o quotidiano e programação desta sala de espetáculos ao longo de várias décadas”, prossegue a nota.
A obra “Teatro Jordão” conta ainda com sonoplastia de Rolando Ferreira e preparação vocal de Bárbara Bíscaro. A investigação da memória dos lugares a partir de testemunhos é uma área previamente explorada pela encenadora, nomeadamente em Do avesso (2018), que percorre os bastidores do Centro Cultural Vila Flor a partir do que é transmitido por artistas e trabalhadores, e Arquivo Público (2019), que examina a história do Teatro Oficina a partir da memória dos públicos que o foram acompanhando.