Molero tem eletrónica que imagina a Amazónia. E vai passá-la no Jordão
A última proposta deste ano para o ciclo de concertos Ego, organizado desde 2017, é uma “pastilha de ervas amazónicas” que promete “aliviar qualquer tensão” na vida de cada um, refere a associação Capivara Azul numa das suas publicações. O propalado sedativo é a eletrónica de Molero, venezuelano radicado em Barcelona que sobe ao palco do Teatro Jordão na quarta-feira, a partir das 21h30, na companhia dos sintetizadores clássicos que dão vida ao seu impulso criativo. O custo unitário por bilhete é de três euros.
Com um Yamaha CS-60 Synthesizer, um Moogerfooger Murf e um Roland Space Echo RE-201, Alexander Molero criou, entre 2017 e 2018, Ficciones del Trópico, álbum lançado em 2021 que se consubstancia numa “viagem de 44 minutos” a explorar “a forma como os europeus veem a América”.
A partir do livro Vom tropischen Tieflande zum ewigen Schnee (Das planícies tropicais à neve eterna, em português), do naturalista, pintor e artista gráfico Anton Goering, alemão do século XIX que passou vários anos na Venezuela, das descrições da Amazónia de escritores como Victor Segalen e dos planos de realizadores como Werner Herzog, Molero dotou a sua música de uma “interpretação da forma como os europeus perceberam – ou não perceberam – a América”, lê-se num dos comunicados da associação.
“O resultado desta poderosa inspiração poderá ser ouvido ao vivo e a cores para a semana, dia 7 de dezembro, em Guimarães - este vale do Ave encantado, ressacado, tropical e glacial, tudo ao mesmo tempo”, realça ainda a Capivara.
Molero vai protagonizar o 24.º concerto do Ego, e o terceiro de 2022, após Batsaykhan, a 02 de abril, e Hidden Horse, a 04 de junho, ambos na sede dos 20 Arautos de D. Afonso Henriques.