Platiny sai do banco para dissipar a névoa no horizonte do Moreirense
Custou, mas foi: o Moreirense escalou mais um degrau no percurso que pode devolver o clube à Primeira Liga depois de consumar a vitória sobre o Tondela ao cair do pano sobre o Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas, neste sábado à tarde. Saído do banco ao minuto 77 para substituir o desinspirado Alanzinho, Higor Platiny teve posicionamento, sentido de oportunidade e impulsão suficientes para responder ao cruzamento de David Bruno com um cabeceamento certeiro.
O cronómetro assinalava 90+2 minutos e estava feito o 2-1 que deixa o Moreirense às portas da subida, após uma segunda parte em busca de recuperar a desvantagem com que chegara ao intervalo. A equipa de Paulo Alves aguentou o escasso triunfo até ao último apito de João Gonçalves e a euforia dos mais de 1.800 adeptos presentes em Moreira de Cónegos transbordou das bancadas para o relvado.
Sem ceder um milímetro aos perseguidores mais diretos, Estrela da Amadora e Farense, o Moreirense continua líder da Liga Sabseg ao fim de 30 jornadas, com 67 pontos, e só precisa de vencer por mais uma vez para consumar a subida. A visita da 31.ª jornada ao Estrela, marcada para as 18h00 de sábado, 06 de maio, pode consagrar o objetivo para o qual os axadrezados planearam esta época.
Paulo Alves devolveu a titularidade a Luís Rocha e a André Luís e trocou Camacho por Madson numa equipa que controlou a primeira meia hora de jogo com segurança, mas talvez alguma falta de acutilância ofensiva, e que viu a estabilidade ruir a partir do minuto 29 até ao intervalo, na sequência do golo que a deixou em desvantagem.
Titular pela sexta vez na época em curso, Madson quis mostrar serviço logo no primeiro minuto, em remate de fora da área travado por Babacar Niasse, e dinamizou a ala esquerda de um conjunto que até criou a melhor ocasião da primeira metade pelo outro lado: Kodisang ganhou espaço pela direita, ultrapassou um adversário e tentou atirar rasteiro por entre as pernas do guarda-redes do Tondela, mas o senegalês desviou a bola para canto com a perna direita.
O ascendente cónego em jogo amarrado desfez-se ao minuto 29, quando Cuba ganhou espaço e obrigou Kewin Silva a defender para canto; ainda a recompor-se da rara aparição ofensiva beirã, os verdes e brancos foram incapazes de suster a bola parada que se seguiu: o esférico bateu na trave e, na recarga, o mesmo avançado que obrigara Kewin a intervir cabeceou para o fundo das redes.
A baliza do Moreirense, acompanhada pela bancada onde se encontravam os adeptos do Tondela, tornou-se o epicentro do jogo no quarto de hora que se seguiu, com Cuba e Rafael Barbosa a testarem de novo a atenção de Kewin Silva. A atração daquela baliza continuou a funcionar na segunda parte, mas com os papéis das equipas invertidos: os axadrezados mostraram-se revigorados com as entradas de Camacho e Aparício e precisaram de dois minutos para empatar.
David Bruno disparou cruzado ao poste direito, Jota cortou a bola contra o seu próprio guarda-redes e André Luís aproveitou o brinde para encostar para o fundo das redes. O encontro voltou a correr sob domínio cónego, embora com mais espaços para as equipas aproveitarem, sobretudo o Tondela, nas ocasiões em que contra-atacava.
A larga maioria dos 1.881 espetadores presentes no Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas galvanizou-se e viu a sua equipa cheirar o golo numa série de calafrios entre o minuto 60 e 70. Nos 20 minutos finais, o Moreirense acercou-se da área beirã e o Tondela tentou acalmar o ritmo do jogo, mesmo tendo a melhor oportunidade até ao apito final: um remate picado de Strkalj que bateu na trave, ao minuto 83. Nos descontos, os cónegos responderam com plena pontaria de Platiny.