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Movimento cívico lamenta violência contra mulheres e exige “penas efetivas”

Redação
Sociedade \ quarta-feira, setembro 06, 2023
© Direitos reservados
O coletivo 8M Guimarães pede ainda mais casas de abrigo para mulheres e crianças vítimas de violência doméstica no âmbito da campanha “Não basta não ser machista, é preciso ser feminista”.

Face à presumível existência de um violador em série na cidade, que conduziu à detenção de um suspeito pela Polícia Judiciária em 30 de agosto, ao caso de uma mulher atirada para fora de um carro em andamento em 03 de setembro ou à apreensão de armas em contexto de violência doméstica, o movimento cívico 8M Guimarães afirma existir uma “crescente onda de violência contra mulheres” em Guimarães e pede condenações mais pesadas para os infratores.

O coletivo defende, em comunicado enviado às redações, “penas efetivas para os agressores de qualquer tipo de violência, deixando de haver atenuantes desadequadas”, “o fim das penas suspensas e da impunidade dos agressores” e “o uso mais frequente de medidas que imponham o seu afastamento e detenção”. Para tornar essas reivindicações mais visíveis, o 8M Guimarães fotografou um cartaz com a mensagem “Não basta ser machista, é preciso ser feminista” em alguns dos lugares mais reconhecidos da cidade-berço: a estátua de D. Afonso Henriques por Soares dos Reis, o Largo Condessa Mumadona, o Paço dos Duques de Bragança e a Torre da Alfândega, conhecida pela inscrição “Aqui Nasceu Portugal”.

Convencido de que as vítimas de violência doméstica, maioritariamente mulheres, não têm muitas vezes oportunidade para sair da relação em que se encontram “por dependência económica” e evitam as denúncias, ora por medo do estigma, ora por “falta de confiança num sistema de justiça marcadamente machista que não responde aos seus problemas”, o 8M Guimarães pede ainda o alargamento da rede de casas de abrigo para as mulheres e crianças vítimas de violência doméstica, bem como o investimento na habitação social e mais apoios - laborais, de saúde, económicos e sociais. A existência de gabinetes de apoio à denúncia do assédio nas universidades e locais de trabalho e sanções para as empresas que permitam o assédio moral e sexual são outras reivindicações.

O movimento pede ainda que Guimarães reconheça que “o patriarcado está internalizado” na sociedade e exige “uma política de consciencialização pública para o assédio, que torne socialmente claro que este coloca as meninas e mulheres em perigo, mesmo quando se tratam de microagressões aparentemente inofensivas e normalizadas, como o assobio ou o comentário sobre o corpo”, lê-se ainda na nota.

A mensagem “Não basta não ser machista, é preciso ser feminista” nutre um apelo do 8M Guimarães para que “a cidade perceba a necessidade da educação para o feminismo e a consequente condenação do machismo e da discriminação, seja ela de que tipo for”, traçando uma distinção entre os conceitos de feminismo e femismo. “O contrário de machismo também existe, mas, chama-se femismo. As pessoas femistas têm um comportamento ou uma linha de pensamento segundo a qual a mulher domina social e politicamente o homem e lhe nega os mesmos direitos e prerrogativas. Só o feminismo dá resposta à procura da mudança para uma sociedade mais justa, fraterna e onde todas as pessoas possam ser vistas com igualdade e possam conviver em sã comunhão”, especifica a nota.

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