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Municipalização dos concursos e falta de progressão: professores em greve

Redação
Educação \ quinta-feira, dezembro 15, 2022
© Direitos reservados
Convocada pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP), a greve abrange todo o país. Francisco de Holanda, Egas Moniz e Gil Vicente são escolas em que os docentes protestam.

Depois da Escola Secundária Francisco de Holanda, com vários docentes a concentrarem-se no portão, em greve, na manhã de quarta-feira, também os professores da EB 2 e 3 Egas Moniz, junto a Couros, e da EB 2 e 3 Gil Vicente, em Urgezes, aderiram à paralisação iniciada a 09 de dezembro pelo Sindicato de Todos os Professores (STOP), por tempo indeterminado.

Na Avenida da Igreja, em Urgezes, houve aulas, mas condicionadas face à adesão dos professores à paralisação; pelo menos um terço do corpo docente naquela EB 2 e 3 fez greve, deu conta ao Jornal de Guimarães o subdiretor do Agrupamento de Escolas Gil Vicente, Fernando Manuel.

“O pessoal docente deveria merecer por todas as estruturas envolvidas uma atenção muito especial. Se as pessoas estão há muito tempo descontentes, há razões para isso”, sugere o docente.

Alargada ao país todo, a greve contesta a municipalização dos concursos de professores e a falta de progressão das carreiras, com docentes a terem de esperar por vagas abertas pelo Governo para subirem de escalão, mesmo quando já têm todos os requisitos legais para isso.

Outro dos tópicos mencionados por Fernando Manuel, professor naquela escola desde 1993, é a excessiva burocracia que obriga os docentes a horas extra. Apesar de reconhecer que “muita coisa” melhorou na educação ao longo de três décadas, o subdiretor critica o Decreto-Lei n.º 54/2018, que estabelece o Regime Jurídico para a Educação Inclusiva.

“As pessoas trabalham muito mais horas do que o horário de trabalho. A intrusão das medidas do Decreto-Lei n.º 54/2018 veio trazer uma exigência que, até ali, não existia. Esse é um outro aspeto que tem pesado muito no descontentamento, porque requer muito trabalho”, realça.

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