Na véspera da decisão, Álvaro pede ao Vitória “coragem de assumir o jogo”
Resta um jogo para se saber quem será a equipa a defrontar o Sporting na final da Taça de Portugal, no recinto de sempre (o Estádio Nacional), a 26 de maio, data de boa memória para o universo vitoriano: nesse dia, em 2013, o maior emblema desportivo de Guimarães ergueu pela primeira vez o troféu em mais de 90 anos de história.
O Vitória perde por 1‐0 no intervalo da eliminatória, na sequência da primeira mão disputada no Estádio D. Afonso Henriques, mas viaja esta quarta‐feira ao Dragão, com a companhia de pelo menos 55 autocarros de adeptos vitorianos, bem como a ambição e a crença de chegar à final intactos. A sua equipa vai precisar de se superar, de perceber as emoções que rodeiam a partida e de definir a abordagem a uma partida na qual tem necessariamente de marcar. Iniciativa precisa‐se, diz Álvaro Pacheco. “Temos de sair da zona de conforto, de ter uma coragem muito grande em assumir o jogo, de demonstrar que queremos estar na final. Temos de criar mossa”, realçou.
O timoneiro vitoriano antecipa “um jogo fantástico, emotivo, bem disputado” e necessariamente diferente dos dois anteriores que opuseram as duas equipas neste mês: o confronto tático da primeira mão, no D. Afonso Henriques, a sorrir aos dragões, e o jogo do campeonato, com duas equipas em busca dos três pontos e o Vitória a aproveitar os espaços concedidos pelo FC Porto. Álvaro não se ilude, porém: vai haver menos espaço desta vez.
“O FC Porto não precisa de fazer golos para estar na final. Já o fizemos e podemos novamente fazer. A nossa abordagem estrategicamente vai ter de ser diferente. O FC Porto vai tentar fechar o espaço que fomos capazes de aproveitar no jogo anterior e nós vamos ter de o ‘provocar’”, descreveu.
Álvaro Pacheco está, por isso, concentrado em perceber como os seus dianteiros podem chegar ao golo frente a um oponente há três jogos sem ganhar para um campeonato em que está arredado do título e que dá, por isso, prioridade à Taça de Portugal.
Confrontado com as lesões de Ricardo Mangas e de João Mendes, o treinador realçou que “a mentalidade de campeões” trabalhada durante a semana prepara o grupo para reagir a essas ausências, apesar de preferir “ter o plantel disponível”. Com o médio de fora dos relvados pelo menos seis meses, perante a fratura do tornozelo esquerdo, Álvaro Pacheco endereçou um abraço a um jogador “a fazer uma época extraordinária, com inteligência, perfume e capacidade de decisão” e um outro abraço ao treinador do Sporting de Braga, Rui Duarte, pela morte do filho mais velho, Gustavo Duarte.