No “drama” das creches Guimarães “está no topo da capacidade de resposta”
A falta de vagas nas creches voltou a ser tema de debate por parte do executivo vimaranense, com a oposição a questionar a autarquia quanto ao projeto do Verbo Divino. Entre as críticas, a autarquia apontou números que colocam Guimarães “no topo da capacidade de resposta”.
“É um tema que preocupa as famílias”, começou por dizer Bruno Fernandes, falando em “drama quando se chega a esta fase se deparam com a dificuldade que têm no calvário que é encontrar uma vaga numa creche”, apontou o vereador social democrata, dizendo que na sua opinião “tem sido um motivo dissuasor para termos mais crianças e mais jovens no nosso concelho”.
Admitindo que este não é um problema exclusivo do concelho, pelo contrário, o vereador lembrou que o projeto do Verbo Divino, no qual estão previstos 120 lugares de creche, “foi apresentado como uma resposta rápida, mas andamos a discutir há dois anos”.
Bruno Fernandes sugere que “os Serviços de Ação Social devem fazer um diagnóstico para perceber o que se está a passar, ver a resposta e cruzar os dados para que a Câmara de Guimarães possa tomar decisões”.
“Guimarães tem tido falta de apoio por estar acima da média”
Domingos Bragança referiu-se a esta temática como “um calvário”, mas elencou vários argumentos para sustentar o trabalho desenvolvido pelo município. O autarca começou por dizer que “não é uma responsabilidade do município”, mas “como é um problema no território a Câmara quer ser parte da repsosta, dá a cara e as pessoas pensam que a câmara não resolve porque não quer”, disse.
Na ótica do líder máximo do município “o Governo devia ter uma rede nacional de creches”. Ainda assim, sustentou que “Guimarães está no topo da capacidade de resposta de creche: tem tido falta de apoio por estar acima da média”, atirou o presidente, dizendo que “basta haver uma família sem resposta para ficar mau”.
Em relação ao Verbo Divino, Bragança lembrou que estamos a falar de um “edifício sem licença”, tendo sido necessário “fazer tudo, novo projeto de arquitetura, regime de comodato, entre outras formalidades”. “Está para última avaliação, para licenciar”.
“Num ano tivemos mais de 500 novos lugares de creche”
Paula Oliveira, vereadora do executivo vimaranense com a área da Ação Social, também abordou este tema, lembrando que “no último PARES Guimarães nem sequer foi considerado para as IPSS poderem ir a jogo, porque a nossa taxa de cobertura é superior a outros concelhos”.
Socorrendo-se dos números, a vereadora referiu que num ano foram criadas 547 novas vagas de creche. “Foram criados 247 novos lugares e com o apoio direto do município, foram cerca de 300 lugares, através do alargamento de salas. O município apoiou nos projetos, mobiliário, obras. São mais de 500 lugares, mas sabemos que não é suficiente”, sentenciou.
“Guimarães tem o trabalho de casa feito. A média no distrito de Braga é 51%, em Guimarães está entre 60 e 65%”, concluiu. Adelina Pinto, vereadora com o pelouro da educação, complementou ainda a informação, notando que está a ser preparada “uma plataforma que vai identificar as crianças que nascem em Guimarães e todo o seu percurso, um projeto inovador no país, que fará o cruzamento com o médico de família, e todo o percurso”.