O chapéu de Anderson não chegou para cobrir o Vitória de melhor sorte
Quando entrou em campo para a partida frente ao Gil Vicente, o Vitória SC sabia que podia alcançar o Casa Pia no 5.º lugar da tabela. Às 23h15 desta segunda-feira, quando o apito final soou em Barcelos , o Vitória continuava à mesma distância. Os vimaranenses perderam por 2-1 num jogo crucial para afastar o fantasma que pairava em Guimarães depois do desmoronar em Braga para a Taça de Portugal e da série de seis jogos sem vencer.
Anderson ainda colocou a turma de Moreno na frente, mas o jogo conta-se em mais capítulos. O Gil Vicente chegaria ao empate antes do intervalo e no segundo tempo, depois de Anderson ver dois amarelos, selou a reviravolta que atirou os vimaranenses para um ciclo de sete jogos sem ganhar.
Barcelos era um teste intrincado. Não só porque o Vitória de Moreno não tem sido feliz longe de casa – um triunfo nos últimos cinco jogos –, mas também devido às ausências de André Amaro, Tiago Silva e André André. Sem opções, seguiam para jogo dois setores pouco rotinados: atrás, Jorge Fernandes juntava-se a Bamba e Mikel; no meio, Janvier fazia parelha com Dani Silva.
Há duas partes nos primeiros 45 minutos. Se até aos 30’, o Vitória sondava o último terço e parecia exercer mais controlo sob os gilistas, os 15 minutos restantes contaram outra história. Já lá vamos. Impelidos pelo repto de Moreno – o técnico vincou a importância de entrar bem –, os conquistadores deram o primeiro aviso logo aos 5’: Jota, esquecido na área, respondeu de cabeça a um cruzamento de Maga mas não conseguiu dar a melhor direção à finalização.
E foi outra vez Maga – sempre ligado ao jogo – a recuperar a bola ainda na área gilista, encontrar Anderson e ver o brasileiro picar a bola por cima de Kritciuk . Segundo chapéu em dois jogos para o avançado e o Vitória estava na frente.
Mas a partir daqui a noite chuvosa de Barcelos teve outro protagonista: Bruno Varela. O Gil Vicente cresceu na partida e só precisou que uma bola encontrasse o avançado Fran Navarro para acionar outra atitude. Aos 28’, o espanhol percebe a intenção de Carraça cruzar para área, antecipa-se à defesa preta e branca e desvia; estava lá, atento, Bruno Varela. Pouco tempo depois, nova intervenção: com Alipour pela frente, o guardião luso deixa ficar a luva direita e salva um golo.
Varela nada pôde fazer aos 40. Quer dizer, até conseguiu travar a primeira tentativa de Navarro, mas a bola acaba por ressaltar para Alipour cabecear para a baliza deserta. Estava feito o empate e resposta alguma justiça no marcador.
O Vitória queria os três pontos e jogava os segundos 45 minutos na direção da falange de apoio que fez a viagem de Guimarães. Os vitorianos ainda festejaram aquele que seria o bis de Anderson, mas, quando o brasileiro desviou o cruzamento de Maga, estava adiantado. Os vitorianos não criavam situações de perigo e eram as arrancadas de Jota a colocar em sentido os da casa.
Com uma hora de jogo, o desfecho do encontro ainda era imprevisível. Dos balneários não chegou clarividência para nenhuma das equipas. E o que dizer de Anderson. O brasileiro conseguiu ser expulso sem ter cometido nenhuma falta para cartão: recebe o primeiro quando “responde” a uma falta de Vitor Carvalho e minutos depois Fábio Veríssimo entende que o avançado simulou falta dentro da grande área. Tudo ficava mais complicado para a turma de Moreno – e ainda havia 20 minutos para jogar.
Moreno lançava Nélson da Luz e Mikey Johnston para refrescar o ataque, mas seria o Gil a chegar à vantagem. Aburjania descobre Navarro, o espanhol aproveita uma desatenção de Jorge Fernandes, e faz o golo do triunfo gilista.
O Vitória fecha a 16.ª jornada na 6.ª posição, com 24 pontos. No sábado regressa a casa para defrontar o FC Porto.