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“Objetivo é a equipa B subir o mais depressa possível à Segunda Liga”

Redação
Desporto \ segunda-feira, fevereiro 17, 2025
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Luís Cirilo Carvalho crê que a equipa B é melhor fornecedora para a elite se estiver no segundo escalão e quer ver equipa feminina no campeonato principal. Nova academia é mera teoria, lamenta.

Sem esquecer o seu papel na criação de uma segunda equipa sénior, em 2012/13, o candidato da lista A quer devolvê-la o quanto antes à origem: promete recolocá-la na Segunda Liga até 2028 se for eleito presidente. Esse desígnio é parte de um plano para apostar cada vez mais na formação e menos no mercado externo. A ambição estende-se ao feminino: concebe apenas a equipa principal a jogar no escalão maior. Quanto a infraestruturas, promete acelerar a “obra abandonada” do miniestádio e pressionar a Câmara quanto à nova academia.

 

Como avalia a transição dos escalões de formação e da equipa B para a equipa principal, no sentido de rentabilizar ativos? O clube tem vendido alguns jogadores nesse seguimento, com destaque para Alberto…

A equipa B foi criada por mim e pelo engenheiro Júlio Mendes, em 2012. Não havia equipa B. Como é que a criámos? Com alguns miúdos que subiram da formação e alguns jogadores que tínhamos emprestado, jovens, a clubes diversos. Fizemo-los regressar. A equipa B foi de imediato um sucesso no Vitória, não só porque jogava muito bom futebol, mas também porque deu à equipa principal jogadores importantes na temporada e na conquista da Taça de Portugal. Estou a falar do Tiago Rodrigues, do Paulo Oliveira, do Kanu, do Marco Matias, do Ricardo Pereira. Esse é o modelo que eu quero: que a equipa B seja o principal escalão fornecedor de jogadores para a equipa principal. O que é preciso para isso? A equipa B jogar na Segunda Liga. Hoje, apenas Benfica e FC Porto têm as equipas B na Segunda Liga. Todos os outros caíram em escalões secundários. Hoje, o Vitória tem uma equipa B a jogar na quarta divisão, o que é completamente inaceitável. Está a fazer um bom campeonato e está a comandar a sua série. Espero que suba à Liga 3, mas o objetivo é o mais depressa possível subir à Segunda Liga. Há jogadores que passam da quarta divisão para a primeira e afirmam-se: o Alberto Costa, por exemplo. Está agora na Juventus. Há outros que não conseguem. Neste domingo, o jogador está a jogar com o Dumiense, com todo o respeito pelo Dumiense. Para a semana, é convocado para ir jogar ao Estádio da Luz. Parece um fosso demasiado grande. A Segunda Liga é um campeonato brutalmente competitivo no bom sentido do termo. Há seis ou sete equipas a disputar a subida de divisão. A jogarem a esse ritmo, os jogadores sobem mais rapidamente à equipa A. Na formação, o Vitória está, neste ano, a disputar as fases finais de vários escalões, mas tem de estar lá sempre. O Vitória tem de ser sempre uma equipa a disputar os títulos da formação. Temos três títulos de futebol de formação em 100 anos. Temos uma Taça de Portugal e uma Supertaça. É muito pouco.

 

Defendeu que a equipa deve estar na Segunda Liga. Se for eleito, é um objetivo a cumprir até 2028? É um objetivo exequível?

Claramente. Nesse sentido, contamos com a ajuda dos nossos parceiros. Terão de ajudar nessa matéria. Estão também disponíveis para investimento no novo complexo desportivo. Os terrenos terão de ser cedidos pela Câmara. A Câmara terá de ajudar em alguma coisa, mas o Vitória terá de fazer a sua parte. Um dos parceiros com os quais temos falado está disponível não só para investir no complexo desportivo, mas, se for necessário, na obra abandonada há três anos, na conclusão do miniestádio.

 

 

“O futebol de formação tem de ser o grande fornecedor da equipa principal. Porquê? Porque temos jogadores com o nosso ADN, com a nossa cultura de clube, em que o passe é 100% nosso. Ser detentor de 100% do passe é muito melhor do que ter passes partilhados”

 

Quão competitivos e apelativos são os escalões de formação do VSC? Tem certificação 5 estrelas da FPF, mas como se compara face aos outros clubes com esse nível de formação? Já referiu que a formação está atrás do vizinho Braga, por exemplo. A título de comparação, o que separa a formação de um e a formação do outro, a seu ver?

Esse departamento viveu anos de muita turbulência até há pouco tempo, com muitas saídas de treinadores e de dirigentes, do diretor da academia. O Jorge Baptista saiu, voltou, depois voltou a sair. Fez um belíssimo trabalho nessa certificação. Neste ano, as coisas estão a correr melhor. Não tenho problemas em elogiar o que é bem feito. Só somos justos na crítica se formos credíveis no elogio. O bom trabalho que parece estar a ser desenvolvido terá, da nossa parte, condições para continuar. O futebol de formação tem de ser o grande fornecedor da equipa principal. Porquê? Porque temos jogadores com o nosso ADN, com a nossa cultura de clube, em que o passe é 100% nosso. Ser detentor de 100% do passe é muito melhor do que ter passes partilhados. Não vou dizer que vamos acabar com eles do dia para a noite, mas vamos reduzir ao máximo. O meu modelo nessa matéria é quando vamos buscar um jogador fora, a mercados internacionais, é que ele tem de ser claramente melhor do que os que estão cá. Tem de vir com a certeza de que, em condições normais, será titular. Isso significa apostar cada vez menos no mercado externo e cada vez mais na formação. Para os clubes portugueses, não há outro caminho.

 

Nas equipas femininas, revê-se no atual modelo em curso. A equipa principal parece pronta para voltar a disputar a subida. A seu ver, já deveria estar no primeiro escalão? Gostaria de ver a equipa principal estrear-se no Estádio D. Afonso Henriques?

Fará essa estreia, com certeza. Ver a equipa no primeiro escalão é um objetivo, por uma razão simples: não concebo, exceto a equipa B, ter equipas do Vitória, de futebol ou das modalidades, competirem em escalões inferiores. O Vitória é um clube de primeira no futebol e nas modalidades. O futebol feminino está a fazer um campeonato prometedor. O objetivo é subir à Primeira Divisão. Terão, com certeza, oportunidade de jogar no Estádio D. Afonso Henriques. Tenho particular simpatia pela participação feminina no Vitória. O Vitória tem hoje, felizmente, muitíssimas associadas no nosso estádio. Não vou dizer que há 50% de vitorianos e 50% de vitorianas, mas há uma proporção de vitorianas muito elevada, que tem vindo a crescer. Também reconheci essa realidade, porque, nos 19 elementos da minha lista, há 10 vitorianos e nove vitorianas. É quase histórico haver uma paridade entre homens e mulheres. É histórico o Vitória ter pela primeira vez duas candidatas a lugares na vice-presidência.

 

“É preciso que a Câmara Municipal de Guimarães viabilize a construção do novo complexo desportivo que já anda a ser falado há não sei quantos anos, mas não sai da teoria. Nem há terrenos, nem projetos, nem nada”

 

Já se reuniu com Domingos Bragança sobre a academia. Que impressões ficaram desse encontro? Há boas perspetivas de o projeto estar no terreno daqui a três anos?

É preciso que a Câmara Municipal de Guimarães viabilize a construção do novo complexo desportivo que já anda a ser falado há não sei quantos anos, mas não sai da teoria. Nem há terrenos, nem projetos, nem nada. Já foi prometido quer pelo atual executivo camarário, quer pela direção do Vitória SC, que teríamos a primeira fase da nova academia já em funcionamento neste mandato. Há entrevistas do presidente da Câmara e do presidente do Vitória a fizerem isso. São as tais aparências de que o Vitória vive neste mandato.

 

Não há avanços, portanto?

Essa foi a reunião com Domingos Bragança de um grupo de pessoas que está a tentar entrar no Vitória com um presidente de Câmara que está a sair. O que ficou aprazado foi uma nova conversa se ganharmos as eleições, necessariamente com o Ricardo que ganhar. Não sei se será o Ricardo Costa ou o Ricardo Araújo. Se não foi até agora que a obra arrancou, também não será agora, em poucos meses, que alguma coisa se vai fazer. Foi uma apresentação de cumprimentos institucionais. É tradição. Foi uma visita de cortesia, pouco mais.

 

Se for eleito, espera avançar com obras de imediato para o terreno? Isso exige recursos financeiros. Garante?

Garanto que o Vitória fará a sua parte e que vou chatear muito o Ricardo que lá estiver para que a Câmara faça a parte dela.

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