Oposição pede “carinho” para a cutelaria: Bragança disponível para ajudar
Aproveitando o facto de a reunião de câmara descentralizada desta quinta-feira ter decorrido em Barco, mesmo tento como tema a ciência e a inovação, a cutelaria não deixou de ser um assunto abordado pelo executivo vimaranense. Na sua intervenção, Luís Pereira – presidente da Junta de Freguesia de Barco – fez alusão às empresas existentes neste território, que são “importantes para Guimarães”, destacando que Barco “é atualmente o maior produtor de artigos de cutelaria”.
Antes da ordem do dia, Bruno Fernandes pediu mais “carinho” para este setor. O vereador da oposição começou por contextualizar dizendo que por norma, nos lugares que visita, tem curiosidade em perceber onde são feitos os talheres. “90 por cento dos talheres, quando percorro o país, são produzidos em empresas de Guimarães, particularmente na zona das Taipas”, disse, acrescentando depois que este setor emprega cerca de 600 trabalhadores e representa 41 milhões de euros em volume de negócio.
“Um grande contributo” para a economia vimaranense, pelo que o líder da oposição sustentou que a Câmara Municipal, a exemplo do que faz com o setor têxtil, deve voltar também atenções para este “cluster” que Guimarães possui, uma vez que a cutelaria é um setor quase exclusivo de Guimarães, através da zona das Taipas.
“É um setor que merece todo o carinho por parte do município e dos vimaranenses, e devemos linkar à estratégia do município para o seu desenvolvimento económico. Entendemos que o município deve elaborar com empresários, agentes locais, com as cutelarias um estudo e um plano estratégico”, disse, finalizando que “não podemos deixar que ele [setor da cutelaria] morra”.
Em resposta, Domingos Bragança referiu que “todo o sistema científico que temos aplica-se a todo o sistema económico”, e, por isso, “a cutelaria não é exceção”. Ainda assim, o líder máximo do município mostrou-se disponível para, em articulação com os empresários, e caso achem fundamental, ajudar a desenvolver um estudo e até financiar esse estudo.
“Normalmente os estudos estratégicos setoriais são as associações que os promovam. Um estatuto estratégico para qualquer setor terá sempre a atenção por parte da câmara, e se for considerado fundamental pelos empresários, a câmara, com iniciativa dos empresários, está disponível para o fazer em cofinanciamento – ou até com o financiamento, acreditando que deve ser em cofinanciamento – mas é necessário que venha da base, das empresas do setor”, atirou o presidente da Câmara Municipal de Guimarães.
Após a reunião, Domingos Bragança voltou a dizer que o conhecimento científico está ao serviço da economia, frisando que “temos aqui em Barco unidades de cutelaria de excelência”.