Os ofícios (em parte já extintos) do século XIX estão em exposição na SMS
A partir desta sexta-feira até 13 de março, o edifício da Sociedade Martins Sarmento (SMS), na rua Paio Galvão, vai acolher a exposição Mesteres, que retrata o quotidiano de inúmeros ofícios dos finais do século XIX a partir da coleção de gravuras legada pelo arqueólogo Francisco Martins Sarmento à instituição, informa o comunicado enviado às redações pela instituição.
Entre as profissões retratadas, contam-se uma vendedora de galinhas no Porto, uma vendedora de roupa em Lisboa, condutores de tojo de Alcochete, um vendedor de presunto em Lisboa, dois saloios (região de Lisboa), com trajes de festa, um lampianista, um vendedor de louça, um lavrador com alhos e alecrim, um vendedor de água fresca e um vendedor de enguias. Se alguns desses mesteres ainda existem, outros já estão “extintos” em virtude da “modernização” e da “industrialização”.
A mostra inclui ainda duas vitrinas com alguns livros e objetos etnográficos alusivos ao tema, a partir das coleções da SMS.
A coleção a partir da qual surge a exposição tinha mais de 1600 exemplares dos séculos XVII a XIX, em “cobre, madeira e aço”, impressas “em papel e em pergaminho”, quando Martins Sarmento a adquiriu ao musicólogo e historiador de arte Joaquim de Vasconcelos e tem hoje “quase o dobro dos exemplares”, fruto das doações efetuadas ao longo do tempo.
Essa coleção foi organizada e catalogada a partir de 1925 por A. Tibúrcio de Vasconcelos, que publicou na Revista de Guimarães o resultado do seu trabalho, numa série de artigos intitulados “Coleção de estampas e índices de gravadores”, antes do tratamento e da catalogação levadas a cabo pela Fundação Calouste Gulbenkian.