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Pacto Climático envolve 70 instituições e lança site para envolver cidadãos

Tiago Mendes Dias
Ambiente \ segunda-feira, junho 05, 2023
© Direitos reservados
Empresas municipais, indústrias ou clubes desportivos entre as entidades que aderiram à iniciativa. Guimarães vai apresentar “contrato climático” para a neutralidade carbónica até ao fim de setembro.

Criado para a investigação ambiental, o Laboratório da Paisagem foi o palco onde se apresentaram as 70 instituições que aderiram ao Pacto Climático de Guimarães, oficializado publicamente esta segunda-feira, dia em que se assinalam os 50 anos do Dia Mundial do Ambiente.

Entre os aderentes, contam-se empresas municipais e intermunicipais – Vimágua, Vitrus, A Oficina, Tempo Livre, Casfig, Fraterna, Taipas Turitermas e o próprio Laboratório da Paisagem -, clubes desportivos – Vitória SC, Xico Andebol, Guimagym, CD Ponte, Desportivo de Ronfe, Clube de Ténis de Guimarães, G-Team e Salgueiral -, a Universidade do Minho, a Universidade das Nações Unidas-EGOV, as corporações de bombeiros de Guimarães e de Caldas das Taipas e empresas privadas, nomeadamente do setor têxtil. A Associação Vimaranense para a Ecologia também assinou o pacto. 

A divulgação das 70 instituições acompanhou o lançamento do site onde se pode subscrever o Pacto Climático de Guimarães - guimaraes2030.pt -, com vista à neutralidade carbónica até ao fim da década. O documento em causa envolve uma série de princípios quanto à neutralidade climática, a partir da regulação nacional nesse sentido – o Plano Nacional de Energia e Clima, o Roteiro Nacional para a Neutralidade Carbónica 2050 e mais recentemente a Lei de Bases do Clima -, dispondo de uma página em branco a ser preenchida por qualquer cidadão ou organização que assim o deseje.

A vereadora municipal para o ambiente e a ação climática, Sofia Ferreira, vincou ainda que a Câmara vai apresentar um “contrato climático” à União Europeia até ao final de setembro; essa é uma responsabilidade de cada uma das 100 cidades europeias nomeadas para a missão da neutralidade carbónica até 2030.

 

Bragança: garantir “saldo ambiental” positivo sem parar desenvolvimento

O presidente da Câmara Municipal de Guimarães rejeita que a melhoria das condições ambientais no território implique um regresso “à Idade da Pedra ou à Idade do Bronze”. As alterações climáticas exigem “mudança de atitudes e comportamentos”, com os cidadãos a terem de se assumir como “defensores dos ecossistemas”, mas, graças ao conhecimento científico, é possível tornar a sociedade “mais verde” sem retirar o conforto e o bem-estar aos cidadãos.

“A interiorização da consciência ecológica em cada cidadão não implica regredir na economia. Hoje temos um recurso que não tínhamos no passado. O conhecimento que a nova ciência nos dá. Hoje sabemos que a ciência nos dá a possibilidade do conforto e do bem-estar, através da mobilidade sustentável e da descarbonização da indústria”, realçou.

O autarca defendeu assim que Guimarães pode ser um território “cada vez mais industrial e cada vez mais verde”, garantindo “saldo ambiental” positivo em qualquer ação levada a cabo. “Não precisamos de regressar à Idade da Pedra e à Idade do Bronze. Temos de proteger o que tem de ser protegido e de garantir que o saldo ambiental do que fazemos seja positivo. Ao fazer um prédio, temos de ter consciência disso”, defendeu.

Já o pró-reitor da Universidade do Minho para o Desenvolvimento Sustentável considerou também que os “processos de transição não têm de ser pensados numa perspetiva de regressão da qualidade de vida”. Miguel Bandeira frisou ainda que o investimento da Capital Europeia da Cultura, em 2012, com intervenções como a de Couros - “um dos mais auspiciosos exemplos no relacionamento de memória com os desígnios contemporâneos da inovação a nível tecnológico e da cultura” -, é um “alicerce para o esforço da candidatura a Capital Verde Europeia”.

 

Secretária de Estado lembra os 145 milhões para a bioeconomia sustentável

A “transição para a bioeconomia sustentável” pode “apoiar a consolidação da indústria, através da criação de novas cadeias de valor” e “apresentar-se como uma oportunidade para os territórios”, defendeu a secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, também presente na apresentação do Pacto Climático de Guimarães.

A governante lembrou, por isso, o Plano de Ação para a Bioeconomia Sustentável, que prevê uma dotação de 145 milhões de euros para o desenvolvimento de uma indústria capaz de criar “alto valor acrescentado” e de ser, ao mesmo tempo, sustentável.

Esse financiamento quer ser um “estímulo ao investimento empresarial, à inovação produtiva e à criação de emprego”, dando “resposta aos mecanismos demográficos e aos desafios estratégicos da transição digital e climática”. “Compatibilize a sustentabilidade do território e o desenvolvimento económico, assumindo-se o ambiente como uma variável desse ambiente. A sustentabilidade é uma questão de sobrevivência da humanidade. Somos uma parte do problema e temos de ser uma parte da solução”, frisou.

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