PAN alega “podas radicais” nas ações de limpeza para a ecovia do Ave
A Câmara Municipal de Guimarães começou a limpeza das margens do rio Ave para a ecovia de 29 quilómetros para aí projetada na terceira semana de março, na zona norte do concelho Para a concelhia de Guimarães do PAN, essa calendarização é um problema face à atividade de plantas e de animais nesta fase do ano, ainda para mais quando se fazem “podas radicais” nessas ações.
“Estamos a assistir a limpezas e podas radicais nas margens, sabendo nós que as zonas ripícolas são consideradas um dos habitats biofísicos mais complexos do planeta, quer pela sua biodiversidade e dinamismo, quer pela sua importante função de corredor ecológico”, lê-se no comunicado enviado às redações.
O partido reitera que a primavera está a chegar “mais cedo do que o habitual” às regiões temperadas do planeta, devido às alterações climáticas, pelo que, em março, “as plantas já estão bem desenvolvidas”, com “árvores e arbustos cobertos das primeiras folhas”, e “os animais já estão muito ativos”. O comunicado reitera, por isso, que março é “um mês crítico para se fazerem podas e limpezas nas margens dos cursos de água”, lembrando que o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas recomenda a limpeza das margens e dos cursos de água “entre os meses de outubro e fevereiro”.
O PAN questiona o motivo pelo qual “a cobertura vegetal está a ser destruída de uma forma drástica, nomeadamente a vegetação herbácea e arbustiva”, recorrendo-se até a máquinas pesadas. As zonas ripícolas, acrescenta o partido, são consideradas “um dos habitats biofísicos mais complexos do planeta, quer pela sua biodiversidade e dinamismo, quer pela sua importante função de corredor ecológico”, assegurando funções como as de “estabilização das margens, ensombramento do leito e proporcionar abrigo e alimento a muitas espécies de animais”.
Realizadas as intervenções, o partido espera que as limpezas sirvam, pelo menos, para se “plantarem espécies ripícolas autóctones e restaurar as margens, por forma a que cumpram primordialmente as suas funções ambientais” e “só depois, sob certos limites, possam ser usufruídas” pelas pessoas.