Partido Chega alerta para falta de ordenamento das zonas industriais
A evolução das áreas industriais que operam no concelho de Guimarães é alvo da preocupação do Chega na Assembleia Municipal, expressa na intervenção proferida na sexta-feira por Paulo Pinto, líder do grupo parlamentar do partido mais à direita do órgão deliberativo.
Sem colocar em causa o desenvolvimento económico, nem “a atividade das empresas que geram emprego e riqueza”, o deputado considerou que o crescimento de zonas industriais no meio de áreas habitacionais, fruto de “opções de planeamento que têm vindo a ser adiadas, remendadas ou empurradas no tempo”, evidencia “a ausência de uma estratégia coerente e de longo prazo para o ordenamento do território” e acarreta vários problemas.
“Temos zonas industriais sem margem para expansão futura, com insuficiência de parques de estacionamento para viaturas pesadas e acessos desadequados para o tráfego industrial que ali circula diariamente. Esta situação penaliza as empresas, gera conflitos com as populações residentes e compromete a segurança rodoviária e a mobilidade local. Revela falhas claras no planeamento municipal, que importa reconhecer e corrigir”, vincou.
Pedro Pinto considera que o assunto “não pode continuar a ser tratado como secundário”, exigindo “decisões políticas claras e atempadas” no que respeita a acessos e infraestruturas, no quadro do Plano Diretor Municipal (PDM).
“Urge avançar com uma revisão efetiva do PDM, definir áreas industriais devidamente estruturadas e requalificar as existentes, garantindo acessos adequados, infraestruturas adequadas e condições reais para o crescimento sustentável. Adiar estas decisões é comprometer o futuro económico do concelho qualidade de vida dos vimaranenses. É um desafio que exige coragem política, planeamento sério e visão clara para o desenvolvimento do território”, completou.
“Mobilidade não pode continuar a ser fator de exclusão”
O deputado referiu ainda que a mobilidade é “um problema crónico no concelho de Guimarães”, particularmente sentido nas freguesias limítrofes, onde a idade média da população tem vindo a aumentar, o que, entende, dita o “afastamento progressivo e forçado de muitos vimaranenses da vida ativa do concelho”.
A seu ver, o serviço de transporte a pedido lançado no anterior mandato, a cargo da Vitrus (VitrusBus), deveria ser mais reconhecido junto da população, nomeadamente a mais envelhecida, com vista a “um acesso mais próximo à saúde, a serviços comerciais e fiscais, ao comércio e a serviços essenciais”, “combatendo-se o isolamento e promovendo a coesão territorial e social”.
“Quando o serviço público existe, mas não chega ao conhecimento dos cidadãos, estamos perante uma falha de comunicação e da ação clara. Estamos perante uma falha de comunicação clara. Precisamos de uma campanha de divulgação que explique como o serviço funciona e que chegue às freguesias limítrofes e às populações mais envelhecidas. Essa campanha tem caráter de urgência (…). A mobilidade não pode continuar a ser fator de exclusão no concelho”, realçou.
Na resposta à intervenção do representante do Chega, o presidente da Câmara Municipal frisou que a mobilidade é “uma prioridade política” para os vimaranenses, aparecendo na agenda política do executivo municipal, assim como a habitação e o PDM. “Há a necessidade de criarmos novas zonas de acolhimento empresarial no concelho e de planificarmos melhor essas zonas com as zonas habitacionais, com as zonas agrícolas e as zonas verdes”, disse Ricardo Araújo.
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