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Couros Património Mundial consagra história de Guimarães além-muralha

Redação
Cultura \ terça-feira, setembro 19, 2023
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A área classificada pela UNESCO quase duplica, com uma área de proteção da Veiga de Creixomil à Penha. Reconhecimento da história industrial de Guimarães junta-se ao património entre muralhas.

A área de Couros já é Património Mundial da UNESCO, juntando-se assim ao centro histórico delimitado pelo perímetro da antiga muralha. Guimarães usufrui agora de 38,4 hectares classificados, praticamente o dobro da área classificada pela UNESCO desde 2001. A consagração daquele território foi aprovada esta terça-feira, durante a 45.ª Sessão Alargada do Comité do Património Mundial, a decorrer em Riade, capital da Arábia Saudita.

Denominada precisamente em alusão à indústria que ali funcionou, com apogeu no século XIX e no início do século XX, aquela área tem uma ocupação anterior enquanto lugar de trabalho; é mencionado na Idade Média, aliás. A elevação de Couros ao mesmo patamar dos lugares fundadores da cidade - a hoje Igreja de Nossa Senhora da Oliveira e o Castelo de Guimarães – dá ao centro histórico de Guimarães o cunho de cidade medieval pré-industrial.

Os 19,4 hectares até agora classificados como Património Mundial estendem-se a uma área de 38,4 hectares, passando a abranger o conjunto denominado como “Zona de Couros”, relativo à área de manufaturas de curtumes ao longo do Rio de Couros. Também ao nível da área envolvente, de proteção à área classificada, há uma área mais alargada que passa agora a ser de 129,3 hectares (a anterior abrangia 99,2 hectares).

“O que hoje se vê em Couros resulta do desenvolvimento da indústria nos últimos 100-200 anos, sobrepondo-se, por exigências funcionais, produtivas, às preexistências. Documentalmente, já no século XII o rio é designado como ‘rio de Couros’. Mas parece cada vez mais certa a hipótese da génese desta atividade, neste local, ser muito mais remota, por exemplo, considerando as referências às trocas comerciais presentes no testamento de Mumadona Dias (ano de 959)”, lê-se na candidatura apresentada pela Câmara.

Entre as 50 candidaturas votadas - 24 candidaturas referentes ao ano de 2022 e 26 de 2023 -, a de Guimarães foi a única que contemplou alterações significativas aos limites de uma área já classificada como Património Mundial.

Citado pelos meios da Câmara Municipal, o presidente da autarquia, Domingos Bragança, endereçou os parabéns a todos quantos trabalharam para que o resultado viesse a ser o desejado por Guimarães, e está certo que a extensão da área classificada como Património Mundial em Guimarães contribui expressivamente para o aumento da visibilidade interna e externa da cidade e de Portugal.

“Guimarães é uma cidade histórica feita futuro, que recupera e dá visibilidade ao seu valioso património, colocando-o à disposição de todos quantos habitam e visitam o território. A forma como Guimarães cuida do seu Património foi decisiva para esta distinção da Zona de Couros como Património Mundial, duplicando a área classificada, fazendo de Guimarães uma cidade referência no Património Mundial”, vinca.

Em maio de 2021, foi aprovado um plano de gestão para Couros entre 2021 e 2026, documento que procura estimular a reflexão sobre os aspetos fundamentais associados aos valores daquela área, a nível de urbanismo, arquitetura, construção e autenticidade, sobre formas de “partilha do conhecimento e da cultura associados ao Património Mundial” e sobre a limpeza e a conservação do espaço público, bem como dos edifícios.

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