Paulo Alves: “Levo o Moreirense no coração”
A postura de Paulo Alves era a de um homem que tinha acabado de cumprir os objetivos propostos e que já os tinha festejado: a subida de escalão e mais um título somado ao palmarés. “Faltam duas jornadas ainda, mas aquilo que fizemos até aqui é irrepreensível”, começou por dizer. Enalteceu os jogadores e não se esqueceu dos adeptos: “os jogadores foram extraordinários e os adeptos foram fantásticos do início ao fim da época, acreditaram sempre”. No fim das contas, diz, fica “o título de campeão, que é histórico para toda a gente”; a subida ao primeiro escalão, “o lugar que é do Moreirense por direito”; “os jogadores valorizados”; e “acima de tudo o orgulho do futebol ofensivo, futebol bonito, futebol de qualidade com muitos golos”.
Depois de conquistar o troféu no Estádio José Gomes, casa do Estrela da Amadora, este era um jogo complicado e “difícil de gerir” e Paulo Alves já sabia. “Há uma descompressão grande, uma forma mais relaxada de abordar os dias, os treinos, a semana e isso aconteceu, nós tentamos focar os jogadores naquilo que eram os pormenores do jogo, mas não é fácil”, explicou. A leitura que o treinador faz do jogo reflete essa particularidade da psicologia humana: “não conseguimos na primeira parte e durante algum tempo da segunda ser a equipa que normalmente somos em termos de intensidade ofensiva, de criação de desequilíbrios, de oportunidades de golo e sofremos dois golos por causa desse descontrolo”. Apressou-se depois a dizer que o que conta é a maratona e não apenas um quilómetro: “mas esta equipa demonstrou sempre uma ponderação e alma enorme para dar a volta aos resultados”.
Depois de levantar o troféu e ser o obreiro do regresso do Moreirense ao primeiro escalão, Paulo Alves confirmou a despedida: “vai terminar o meu ciclo no Moreirense”. E, de todos os cenários possíveis, reconhece que este é o melhor. “É uma boa maneira de encerrarmos esta passagem minha por Moreira, levo o Moreirense no coração, mas termina e terminamos bem, com os objetivos todos cumpridos”. Faltam duas jornadas para que os caminhos se separem. Por enquanto, o treinador é um “homem feliz” e que deseja “todo o sucesso do mundo” ao Moreirense.