Pede-se "respeito a quem solicita informação" à câmara. Mobilidade debatida
A Câmara Municipal de Guimarães não terá respondido dentro do prazo legal a inquéritos acerca de projetos em curso. O ambientalista José Cunha fez uso do período destinado à participação do público para sublinhar que, apesar de vários pedidos sobre estudos em curso, só obteve respostas passado um mês e “após uma queixa à Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA)”.
“Um desses estudos era o da empresa do professor Álvaro Costa”, referiu. As linhas gerais do documento foram apresentadas na reunião do executivo municipal de 21 de julho de 2021 e reconhecia que Guimarães sofre de problemas de mobilidade nas três principais estradas nacionais que cruzam o seu território: a 101, a 105 e a 206. “Quando esse estudo foi comentado solicitei à Câmara o acesso a esse documento administrativo. Não consigo perceber porque é que o estudo ainda não é público. Pedia para que junto dos serviços da Câmara haja mais respeito para com quem solicita informação. Estar um mês sem resposta não é admissível”, salientou José Cunha.
Em resposta, Domingos Bragança frisou que o estudo vai ser apresentado aos vimaranenses em sessões públicas.
Soluções para três vias
“Há cinco anos já era tarde, hoje é urgente”. A mobilidade voltou à mesa da reunião de câmara: o estudo de Álvaro Costa, a solução teleférico, a requalificação das nacionais 101, 105 e 206. Faltam “soluções” ao município, diz Hugo Ribeiro. O vereador social democrata elencou “vias estruturantes” que não garantem “coesão territorial”. Domingos Bragança lembrou que haverá lugar para três sessões de esclarecimento acerca do estudo conduzido por Álvaro Costa – a primeira no início de abril.
“Não tivemos acesso ao estudo”, vincou Hugo Ribeiro, que se referiu à mobilidade como um “problema crónico” de Guimarães. Porque qualquer solução de grande complexidade “deve ter a prioridade máxima”, o social-democrata acenou com as ligações ferroviárias à zona norte do concelho através da Nacional 101, a conexão ao sul (Lordelo e Moreira de Cónegos) e o principal ramal de ligação ao concelho vizinho de Famalicão (N206).
Domingos Bragança acenou com o atraso das “transferências de competências” do Estado central para o município. Com mais celeridade, defendeu, as três vias “teriam outra fase de desenvolvimento”. “Não concordo com Hugo Ribeiro, falta visão e mundo” à intervenção, referiu. A solução amplamente noticiada em julho de 2021 -- a ligação da malha urbana por teleférico, com seguimento para as Taipas -- foi novamente citada por Domingos Bragança. "Na altura foi criticado como estapafúrdia a possibilidade da mobilidade ser feita por plataformas aéreas mais recentes, inovadoras. Paris avançou com uma plataforma para a cidade", exemplificou. Sem antes colocar, à partida, a possibilidade de fora para a realidade concelhia: "A questão do teleférico é muito cara".