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Pegada “deteriorada”: “Não vamos investir numa escola que vai fechar”

Bruno José Ferreira
Educação \ quinta-feira, julho 07, 2022
© Direitos reservados
“Apreensão” da comunidade escolar da EB1 da Pegada mereceu o reparo da oposição. Câmara reiterou a intenção de construir um centro escolar.

As movimentações recentes em redor da Escola Básica da Pegada, em Azurém, estão a causar “apreensão” na comunidade escolar, o que levou a que Ricardo Araújo levasse este tema à reunião de câmara desta quinta-feira.

Em março foi aprovado um contrato de permuta entre o município e um promotor imobiliário tendo em vista a construção de um centro escolar nesta freguesia, sendo que em contraponto está a ser desenvolvido um novo loteamento, com uma residência universitária, junto às instalações da escola.

As obras já se fazem sentir, o que leva a que, no entender do vereador da oposição, “a escola tenha as suas condições para exercer a sua função cada vez mais deterioradas”. “A verdade é que ao longo destes meses as condições têm vindo a piorar, não só pela construção que lá se está a fazer, assim, como se sabe agora, também por uma estrada que está prevista atravessar a escola”, aponta.

Para Ricardo Araújo “é evidente que o centro escolar é a solução”, mas até lá a Câmara Municipal de Guimarães tem de encontrar soluções para que a escola funcione. “Não compreendemos o atraso sucessivo da construção do centro escolar”, vincou.

Domingos Bragança reiterou que o projeto passa pela construção do Centro Escolar de Azurém, referindo ainda que “a Escola da Pegada é uma boa escola, muito solicitada”, pelo que a autarquia “vai fazer tudo para que mantenha o conforto”. O presidente da Câmara disse que esteve reunido recentemente com a diretora da escola, assim como responsáveis pela associação de pais, no sentido de “continuar a dar conforto” aos alunos.

“Os meninos que estão lá não podem ser prejudicados, mas não nos podem pedir grandes investimentos”, Adelina Pinto

Antes deste assunto ser levado a reunião de câmara já o Jornal de Guimarães tinha questionado a vereadora com o pelouro da educação, Adelina Pinto, que explicou que o município está a “fazer o licenciamento para a entrega do terreno” do novo centro escolar, e que já está a ser feito “o primeiro draft para o projeto”.

“Por muito que os pais fiquem contrariados, as pessoas devem perceber que não vamos fazer grandes investimentos em escolas que estamos a contar fechar no prazo de dois a três anos. Nem a Pegada, nem Santa Luzia estão em condições que nos envergonhem”, disse a vereadora, que acrescenta que tem de haver equilíbrio neste tipo de questões.

“Vamos dizendo aos pais que vamos fazendo algum investimento. Os meninos que estão lá não podem ser prejudicados, mas não nos podem pedir grandes investimentos quando temos previsto um centro escolar que nos vai custar alguns milhões de euros. É este equilíbrio que tem de ser feito e que, muitas vezes, os pais não percebem. Acham que devemos fazer mais não sei o quê e que é preciso colocar mais ar condicionado. Neste momento, começamos a ter um nível de exigência incompatível com os nossos orçamentos e as nossas possibilidades”, atirou em declarações ao Jornal de Guimarães.

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