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Polo Aquático: Vitória SC na Croácia pronto para “mais uma aprendizagem”

Tiago Mendes Dias
Desporto \ quinta-feira, novembro 06, 2025
© Direitos reservados
Mornar Split e Sète Natation são adversários teoricamente superiores na primeira ronda da Taça Conferência, nova prova europeia, realista para a dimensão do Vitória, sublinha o diretor Pedro Ribeiro.

Quando entrar na Piscina Poljud, em Split, às 19h30 locais de sexta-feira (18h30 de Portugal), o Vitória SC vai-se tornar a primeira equipa portuguesa de polo aquático a disputar quatro competições europeias: depois da Liga dos Campeões, da LEN Euro Cup e da Challenger Cup, a equipa treinada por Vítor Macedo vai disputar a edição inaugural da Conference Cup, a terceira prova na hierarquia da European Aquatics, abaixo da Euro Cup e acima da Challenger.

O adversário de sexta-feira é precisamente o Mornar Split, equipa teoricamente “muito forte” que acolhe o Grupo C da primeira ronda de qualificação da Conference Cup. “Como é um país de tradição no polo aquático, acredito que vão mobilizar os seus adeptos. Mesmo na água, vão-se bater duas equipas diferentes: uma é praticamente profissionalizada, com condições de treino e de trabalho que não se equiparam às da nossa equipa. Vamo-nos bater o melhor possível”, assume o diretor do polo aquático vitoriano, Pedro Ribeiro.

O dirigente frisa que a equipa da cidade-berço tem “a esperança de fazer um bom resultado” no sábado, no reencontro com o Banja Luka, formação da Bósnia-Herzegovina que venceu (29-9) na temporada 2022/23, na primeira fase de qualificação da Liga dos Campeões, antes de fechar o grupo no domingo, perante o Sète Natation, conjunto francês que se afigura difícil, até pelo recente investimento estatal na modalidade.

“Esse investimento caiu um pouco após os Jogos Olímpicos. Não sabemos bem o que esperar, mas teoricamente será uma equipa mais forte do que a nossa. No polo aquático, não há a facilidade de ver jogos de outras equipas como noutras modalidades”, descreve.

Os dois primeiros classificados de cada um dos cinco grupos apuram-se para a segunda fase, pelo que Pedro Ribeiro considera “muito difícil seguir em frente”. Ainda assim, o terceiro e o quarto lugares do grupo não são o fim de linha na Europa do polo aquático. “A nossa vantagem de poder arriscar uma competição mais acima é que, tendo em conta o nosso ranking, podemos cair na segunda eliminatória da Challenger Cup. É mais uma aprendizagem. É um desfio maior do que na época passada. Saímos na zona de conforto, com a segurança de que podemos continuar nas provas europeias”, explica.

Esse mesmo ranking impede o campeão português de participar na Liga dos Campeões, algo que o Vitória fez em 2021/22 e 2022/23; as disparidades competitivas entre países levaram a European Aquatics a reformular as competições europeias, criando, por exemplo, a Conference Cup; Portugal é 23.º no ranking europeu de seleções e 14.º na hierarquia europeia de clubes, com os vitorianos a ocuparem o 42.º lugar de uma tabela liderada pelo Telekom Waterpolo (Hungria).

“Portugal está um pouco abaixo da elite do polo aquático, mas esta prova é realista para o polo aquático nacional e para o Vitória. O Vitória é um projeto ambicioso a nível nacional, mas sem entrar em megalomanias. Procuramos ter um plantel ajustado para os desafios nacionais, em vez de entrar em grandes voos para as competições europeias”, argumenta o responsável.

O plantel treinado por Vítor Macedo deixou Guimarães na madrugada desta quinta-feira e chega a Split ao início da tarde, após escala em Frankfurt.

Participações europeias são “mais-valia”

Embora o Vitória compita principalmente para conquistar os vários troféus nacionais, as participações europeias são uma “mais-valia” em inúmeras dimensões. Desde logo, ajudam um plantel com “uma média de idades alta”, sobretudo formado por jogadores portugueses experientes, a manter-se motivado época após época. “Se os jogadores deixarem de os ter, sentem que é um passo atrás”, sublinha Pedro Ribeiro.

Os jogos internacionais também despertam o entusiasmo dos jovens da formação; na época transata, por exemplo, tiveram a oportunidade de assistir ao encontro com os neerlandeses do De Zaan, para os quartos de final da Challenger Cup, no Porto, casa emprestada da equipa preta e branca. As limitações das Piscinas Municipais de Guimarães não só condicionam o desenvolvimento da formação, como a interligação com outras equipas europeias, numa fase em que o Vitória já é um nome reconhecido lá fora. “Se tivéssemos melhores condições em Guimarães, poderíamos ter treinos conjuntos com equipas europeias aqui”, exemplifica o dirigente.

As digressões europeias exigem, todavia, uma colaboração mais centralizada do clube e ainda o apoio da Câmara Municipal de Guimarães, requisitos que até agora têm sido cumpridos. “A secção, só por si, não consegue sustentar a participação nas competições europeias”, assume Pedro Ribeiro.

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