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Posto de combustíveis do Salgueiral submetido a Interesse Público

Redação
Cultura \ sexta-feira, abril 08, 2022
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Anúncio da Direção-Geral do Património Cultural, publicado nesta sexta-feira em Diário da República, propõe classificação da obra de Fernando Távora, construída entre 1964 e 1967.

Guimarães pode, em breve, juntar mais um Monumento de Interesse Público aos 25 espaços que já detêm essa classificação no município: a Direção-Geral do Património Cultural propôs atribuir-se a distinção ao posto duplo de abastecimento de combustíveis, no Salgueiral, na fronteira entre as freguesias de Creixomil e de Urgezes.

“É intenção da Direção-Geral do Património Cultural propor a sua excelência a Secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural a classificação como monumento de interesse público (MIP) do posto duplo de abastecimento de combustíveis de Covas, no lugar do Salgueiral, freguesias de Creixomil e Urgeses, concelho de Guimarães, distrito de Braga”, lê-se no anúncio de 16 de março, publicado nesta sexta-feira em Diário da República (DR).

A proposta baseia-se na posição da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, conhecida em 10 de novembro de 2021, que mereceu a concordância do diretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, a 07 de março.

O requerimento para a classificação do posto de combustível, construído entre 1964 e 1967, da autoria do arquiteto Fernando Távora, foi entregue em 05 de janeiro de 2014 pela Fundação Marques da Silva, com o procedimento para a classificação a abrir-se em março de 2015, pela Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).

No documento, de 2015, a DRCN justifica que, “face à possibilidade de uma intervenção [por parte da proprietária – empresa Galp Energia] e perante a proposta da Fundação Marques da Silva”, propôs a abertura do procedimento de classificação do espaço como MIP.

 

Obra dos anos 60

A DRCN dizia, então, tratar-se de “um posto duplo de abastecimento de combustível instalado na estrada da cidade de Guimarães, à margem da Estrada Nacional 105”, designada de Rodovia de Covas.

“Este equipamento surgiu na sequência de uma ‘Proposta de localização de Postos de abastecimento na cidade do Porto’ que o arquiteto Fernando Távora desenvolveu para a SACOR, em 1957. No contexto desta proposta acabaria por se prever mais tarde a localização de 29 postos de abastecimento para a região a norte do Douro”, lê-se na proposta.

A DRCN concluiu tratar-se de “um exemplar de arquitetura, bem ilustrativo do processo conceptual e criativo do arquiteto Fernando Távora”.

“Nomeadamente de um momento em que a afirmação de modernidade e o seu posicionamento em relação aos valores da cultura e da arquitetura interacional dialogam com a necessidade de fundamentar e ancorar as suas intervenções na realidade, na especificidade dos locais, na consciência das suas condicionantes e do valor cultural e social decorrente da própria intervenção”, lê-se no texto da proposta de classificação da Fundação Marques da Silva, subscrito pela DRCN.

Esta entidade reconheceu no posto de combustível “um valor patrimonial digno de classificação”, evocando critérios de “valor estético, técnico e artístico da obra, o génio do respetivo criador e a conceção arquitetónica e a sua relevância no campo da história da arquitetura portuguesa”.

Principal rosto da requalificação do centro histórico de Guimarães, hoje classificado como Património Mundial da UNESCO, Fernando Távora (1923-2005) foi arquiteto, professor e ensaísta, sendo encarado como o “pai” da Escola do Porto.

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