Prenda de Natal pelo especialista da marca dos 11 metros aquece tarde fria
Em três épocas ao serviço do Vitória, Tiago Silva assume-se como um exímio marcador de penáltis, com remates tensos e colocados. Apesar de ter falhado no desempate com o Celje, para a Liga Conferência Europa, o médio de 30 anos converteu todas as grandes penalidades pelo emblema de Guimarães em tempo regulamentar. Nesta tarde fria com ecos de Natal, fê-lo pela oitava vez e de forma decisiva. O golo aos 63 minutos deu ao emblema preto e branco a tão ansiada prenda de Natal pelo seu treinador e pelos seus adeptos.
O Vitória iguala os 29 pontos do rival Sporting de Braga, quarto classificado e próximo adversário, na noite de 06 de janeiro, após um triunfo arrancado a ferros num jogo amarrado, com poucos lances dignos de ficar na memória. O Rio Ave, diga-se, foi superior em algumas fases do desafio, nomeadamente a acabar a primeira parte e a abrir a segunda; a grande penalidade interrompeu a corrente ofensiva vila-condense e deu aos pupilos de Álvaro Pacheco um conforto que desaproveitaram em várias chances para contra-ataque. Nos instantes finais, coube à defesa, atenta e eficiente nos inúmeros lances aéreos, segurar três preciosos pontos em desafio antecipado da 15.ª jornada da Liga Portugal Betclic.
João Mendes continuou de fora, enquanto André Silva regressou às opções, mas ficou no banco. Quem voltou à titularidade foi Bruno Gaspar, ocupando o lugar no corredor direito que pertencera a Miguel Maga nas partidas mais recentes. O treinador Álvaro Pacheco manteve Nélson da Luz e Adrián Butzke no onze, mas o ataque quase nada produziu nos 45 minutos iniciais.
Com Nélson da Luz e Jota Silva, o Vitória aproximou-se, na sua disposição, do 3x4x3 que apresentava na época passada e encaixou que nem uma luva na organização defensiva do Rio Ave, assente no trio defensivo formado por Josué, Aderllan Santos e Miguel Nóbrega. O Vitória procurou brechas no forte verde e branco, principalmente na direita, à boleia de um Bruno Gaspar voluntarioso e com propensão para o passe atrasado junto à linha, mas a bola nunca encontrou o finalizador.
A falta de engenho no último passe secou possíveis oportunidades e deixou cada vez mais intranquila – e até passiva – um Vitória que teve igualmente problemas para ganhar segundas bolas e duelos, face ao acerto vila-condense na pressão alta e à capacidade demonstrada no choque.
Além de ombrear com os anfitriões nas disputas de bola, a turma de Luís Freire também soube trocar a bola no meio-campo adversário, com Joca e João Graça sempre em jogo, e criou a única ocasião de golo da primeira parte, num lance com os vários condimentos de uma performance positiva. Na sequência de mais um lance atacante, Costinha ganhou posição face a Ricardo Mangas e, quase sem ângulo, rematou ao poste; frações de segundo depois, Bruno Varela reagiu para travar a recarga de Boateng.
Mesmo com uma alteração ao intervalo – Vítor Gomes para o lugar de Amine -, o Rio Ave transportou esse conforto para a segunda metade, que começou praticamente com o remate de Fábio Ronaldo para defesa de Bruno Varela. Os setores vitorianos continuavam desligados, a bola pouco chegava à área rioavista, e Álvaro Pacheco mexeu na equipa: lançou Nuno Santos e André Silva para os lugares dos apagados Nélson da Luz e Adrián Butzke. Os efeitos no futebol jogado não foram imediatos, mas o lance que viria a desbloquear o triunfo não tardou: num lance muito disputado na área vila-condense, Aderllan Santos pisou Ricardo Mangas e o Vitória beneficiou de um penálti. Jhonatan ainda adivinhou o lado da bola, mas nada pôde fazer para travar o remate de Tiago Silva.
A partir daí, viu-se um jogo diferente, mas não muito: o Rio Ave teve de abdicar de algum equilíbrio e o Vitória finalmente pôde lançar contra-ataques; falhou-os quase todos, porém. O resultado continuou em aberto e a artilharia vila-condense foi reavivada, mas sem recompensa. O Vitória foi solidário nos instantes finais, afastou tudo o que havia para afastar e e segurou o regresso aos triunfos.