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PS ganha uma Junta à coligação JpG: a análise às freguesias

Tiago Mendes Dias
Política \ segunda-feira, setembro 27, 2021
© Direitos reservados
Nas Autárquicas de domingo, houve cinco mudanças de cor nas Juntas de Freguesia, com os socialistas a presidirem a 37 autarquias. A coligação entre PSD e CDS-PP detém as restantes 11.

Cinco trocas de cor partidária, perdas de maioria absoluta, vitórias esmagadoras e outras com perda acentuada de votação face a 2017: assim se decidiram as eleições para as 48 Assembleias de Freguesia de Guimarães, com um saldo final de 37 com presidência PS e 11 sob a liderança da coligação Juntos por Guimarães (JpG). Neste capítulo do poder local, Guimarães ficou um pouco mais rosa, já que há quatro anos os socialistas conquistaram 36 autarquias e a coligação JpG 12.

Na cidade, duas freguesias trocaram de poder: na Costa, freguesia com 2.565 votantes entre os 4.319 inscritos, a aliança PSD/CDS-PP, encabeçada por Vítor Matos, obteve 47,56% (1.220 votos) e elegeu cinco dos nove mandatos. Há quatro anos, obtivera 1.161 votos, menos 55 do que o PS. Liderada desta feita por Patrícia Atilano, a candidatura socialista perdeu 245 votos e quase sete pontos percentuais, fixando-se nos 37,86%; esse resultado traduziu-se em quatro mandatos.

Em Mesão Frio, autarquia que a coligação JpG mantivera há quatro anos, por sete votos, a viragem à esquerda confirmou-se desta vez: o PS, encabeçado por José Silva, alcançou um resultado de 52,03%, com 1.409 votos, mais 348 do que a aliança de direita, encabeçada pelo até agora presidente da Junta, Alcino de Sousa (39,18%). Em termos de mandatos, o PS ganhou cinco e a JpG quatro.

Aldão, União de Freguesias de Prazins Santo Tirso e Corvite e ainda União de Freguesias de Souto Santa Maria, Souto São Salvador e Gondomar foram as restantes autarquias que mudaram de cor. Depois de três mandatos com a socialista Conceição Castro à frente da Junta de Aldão, a freguesia nas cercanias da cidade elegeu Martinho Fernandes. O candidato da JpG obteve 56,48% (466 votos) e elegeu seis mandatos, contra três da lista do PS, liderada por Manuela Abreu (37,21%).

Na União de Prazins Santo Tirso e Corvite, a vitória esmagadora da coligação JpG de há quatro anos converteu-se num triunfo esmagador do PS neste domingo. Carlos Borges recolheu 748 votos (59,74%) enquanto líder de uma lista que elegeu seis mandatos. Em 2017, os socialistas tinham registado uma percentagem de 27,78%. Vencedora há quatro anos, com 63,50%, a lista da coligação, encabeçada por José Dias, obteve desta feita 25,16% dos votos e elegeu dois mandatos. A lista independente, Por Amor a Prazins Santo Tirso e Corvite, com a candidata Lúcia Silva, recolheu o outro mandato, após votação de 9,50%.

Mais a norte, em Souto e Gondomar, mesmo presidente, nova força política: após quatro anos à frente da União de Freguesias pela aliança PSD/CDS-PP, Fernando Cardoso recandidatou-se pelo PS e alargou a margem de vitória de 2017, então conseguida por 47 votos. Desta feita, o recandidato obteve 727 votos, equivalente a uma percentagem de 52,45%, e os socialistas elegeram cinco mandatos. Já a coligação, liderada pelo presidente da JSD Guimarães, Eduardo Fernandes, obteve 42,50% e ficou com os outros quatro mandatos.

 

Por um voto se ganha, por um se perde

Três das Juntas de Freguesia que o PS manteve foram ganhas por menos de 15 votos de diferença. A eleição mais renhida aconteceu na União de Freguesias de Sande São Clemente e Sande Vila Nova. Substituta de Bruno Falcão na candidatura do PS, Lucinda Oliveira recolheu 893 votos (44,90%), mais um do que Tiago Rodrigues, cabeça de lista da JpG (44,85%). Há quatro anos, os socialistas haviam conseguido uma vantagem de 381 votos e mais um mandato: a distribuição de 6-3 passou a 5-4.

Em Infantas, Patrícia Lemos manteve a Junta de Freguesia por quatro votos; o PS obteve 548 (47,49%), enquanto a coligação JpG, com o candidato José Pereira, alcançou 544 (47,14%). Há quatro anos, a presidente derrotar um movimento independente por Infantas por 46 votos. A distribuição de mandatos mantém-se 5-4.

Já a União de Freguesias de Candoso São Tiago e Mascotelos, tradicionalmente PS, manteve-se rosa por 13 votos: Paulo Abreu foi reeleito com 918 votos (44,13%), superando o nome do PSD/CDS-PP, Manuel Silva, que obteve 43,51% (905 votos). A distribuição de mandatos continua 5-4, depois de há quatro anos os socialistas terem vencido por 259 votos de diferença, com uma percentagem de 49,78%.

 

PS dispara em Conde e Gandarela, mas perde terreno na cidade e em duas vilas

A União de Freguesias de Conde e Gandarela deu ao PS a maior subida percentual entre todas as Assembleias de Freguesia. Candidato no lugar de Manuel Fernandes, Flávio Freitas garantiu o melhor resultado do PS, com 77,02% (1.163 votos), deixando a coligação JpG com 12,12% (183) e a CDU com 8,15% (123). Há quatro anos, os socialistas venceram com 47,96% dos votos, contra 35,88% da aliança de direita. Assim, o PS assegurou oito dos nove mandatos, com a JpG a ficar reduzida a um nome e a CDU a ficar sem representação.

Em Ponte, Sérgio Castro Rocha bateu o recorde percentual com que venceu a Junta. Os 72,40% de há quatro anos converteram-se em 74,40% neste domingo, apesar de ter recolhido menos 97 votos. A distribuição de mandatos equivale à de há quatro anos: 10 para o PS, 2 para a JpG e um para a CDU. Também em Nespereira (69,26%), Polvoreira (68,73%), Silvares (67,00%) e Moreira de Cónegos (66,00%) o PS obteve vitórias expressivas.

Mas também houve autarquias em que o PS segurou a maioria absoluta, embora com quebras acentuadas na votação. Azurém e Fermentões são exemplo disso na cidade. Na segunda freguesia mais populosa de Guimarães, Azurém, Castro Antunes foi reeleito, mas com quase menos 900 votos face a 2017: os 58,67% de há quatro anos caíram para 44,07% neste domingo, com a consequente perda de um mandato. A Junta tem agora sete representantes socialistas, cinco da coligação JpG, após um resultado de 31,24%, e um da CDU, que alcançou 9,32% dos votos.

Já em Fermentões, com um novo candidato – António Vilela rendeu Manuel Mendes -, o partido do poder perdeu um mandato. Após uma quebra de 62,11% para 51,04%, os socialistas elegeram cinco representantes e a JpG viu a sua representação subir de dois para quatro membros. Ao perder 0,3 pontos percentuais face a 2017, a CDU ficou de fora da Assembleia de Freguesia.

Em duas das vilas, o mesmo cenário. Fátima Saldanha foi reeleita para um terceiro e último mandato à frente da Junta de Freguesia de Brito, mas os socialistas perderam dois mandatos. Há quatro anos, tinham alcançado uma votação de 61,85% e elegido sete mandatos, enquanto, desta vez, se ficaram pelos 48,28% e alcançaram cinco, com a JpG a aproximar-se – 35,91% e três mandatos.

Já em Lordelo, Manuel Teixeira manteve a presidência da Junta, mas com menos oito pontos percentuais face a 2017: o PS obteve, desta vez, 50% dos votos e elegeu cinco mandatos, perdendo um. A votação da coligação JpG subiu nove pontos percentuais, o que lhe permitiu eleger um quarto mandato.

 

JpG ganha maioria absoluta em Creixomil. Perde-a em Pevidém e na UF de Airão e Vermil

Palco de uma das disputas mais renhidas de 2017 - a coligação JpG superou o PS por 68 votos, com ambas as forças a elegerem seis mandatos -, Creixomil garantiu, desta feita, a maioria absoluta ao recandidato a presidente da Junta, António Gonçalves. A aliança PSD/CDS-PP obteve desta feita 44,04% dos votos contra 36,56% do PS de Elisabete Castro, garantindo sete dos 13 mandatos. Os socialistas ficaram com cinco e a CDU (10,18%) manteve o representante que já tinha.

Em Selho São Jorge e na União de Freguesias de Airão Santa Maria, Airão São João e Vermil, deu-se o inverso: a coligação JpG perdeu a maioria absoluta. Após dois mandatos com Angelino Salazar ao leme, o PSD e o CDS-PP depositaram a confiança em António Ribeiro para manter o poder na vila industrial de Pevidém. Conseguiram-no, mas com uma perda de quase 18 pontos percentuais face a 2017: a candidatura venceu com 43,65% dos votos e viu a sua representação cair de nove para seis mandatos. O PS, cuja votação aumentou 13 pontos percentuais, ganhou dois desses mandatos, e a CDU, que já tinha um mandato, ganhou um segundo, ao subir a votação de 12,37% para 17,57% em quatro anos.

Já na UF de Airão e Vermil, Marçal Salazar deixou o cargo, mas a liderança manteve-se JpG. Depois da renhida eleição de há quatro anos, em que derrotou o PS por 26 votos, garantindo cinco mandatos contra quatro, a coligação perdeu um mandato em 2021, mas não devido ao PS. Tiago Silva é o novo presidente, após conseguir 40,74%, à frente do Movimento Independente por Airão e Vermil, a segunda força mais votada, com 33,56%, resultado que valeu três mandatos à lista encabeçada por Cindy Faria. O PS de Domingos Forte viu a votação cair de 47,84% para 17,00% e ficou reduzido a dois representantes.

Quanto aos resultados da JpG, nota ainda para as vitórias folgadas em São Torcato (65,80%) e na União de Freguesias de Selho São Lourenço e Gominhães (65,09%), bem como para a manutenção da União de Freguesias de Briteiros Santa Leocádia e Briteiros São Salvador, frente ao anterior presidente, que mudou para o PS. A nova cara do PSD/CDS-PP, Diogo Costa, obteve 667 votos (61,19%), deixando o anterior autarca, Abílio Freitas, a uma distância de quase 300 votos (33,94%).

 

RIR é a novidade num panorama em que a CDU ganhou um mandato

Entre as novas forças políticas envolvidas nas Autárquicas, foi o RIR que ganhou representação na única Assembleia de Freguesia à qual concorreu. Mesmo tendo a menor votação na União de Freguesias de Oliveira do Castelo, São Paio e São Sebastião, com 6,67% dos votos, a candidatura liderada por Ricardo Garcia elegeu um mandato para um órgão liderado pela coligação JpG, com sete, após a reeleição de Rui Porfírio como presidente da Junta – conseguiu 48,69% dos votos, marca ligeiramente inferior à de há quatro anos. O RIR ganhou o mandato ao PS, de José Maia, que viu a representação diminuída de cinco para quatro elementos.

Quanto às restantes forças representadas nas Assembleias de Freguesia, há sete membros independentes – três na UF de Airão e Vermil, dois em Serzedelo (Movimento Cívico por Serzedelo), um na UF Prazins Santo Tirso e Corvite e outro em Gondar (Gondar com Futuro) -, e 13 da CDU. Apesar da perda de representação em Fermentões, a terceira força política em Guimarães ganhou um representante em Brito e outro em Pevidém. A área de Pevidém, uma das tradicionalmente mais fortes para os comunistas e ecologistas, presenciou aliás uma retoma da CDU, com a candidatura a Gondar a obter o segundo lugar, com 23,70% - há quatro anos, havia sido terceira, com 21,11% -, e a candidatura a Candoso São Martinho a obter 20,18% e a ficar a três votos da JpG na luta pelo segundo lugar – há quatro anos, fora terceira com 11,47%.

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