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PSD quer saber se a plataforma Proximcity trouxe proveito aos comerciantes

Pedro C. Esteves
Sociedade \ segunda-feira, março 08, 2021
© Direitos reservados
Hugo Ribeiro questionou o executivo acerca do papel da plataforma Proximcity para atenuar os efeitos da pandemia. O socialista Ricardo Costa evoca "razões políticas" para a falta de apoio do PSD.

O PSD está “preocupado” com o impacto da pandemia no comércio tradicional e questionou, na última reunião de câmara, o papel desempenhado pela plataforma digital Proximcity na ajuda aos comerciantes. “Uma vez que o município entendeu dar esta grande linha de ajuda apoio aos comerciantes, que era a plataforma”, o vereador Hugo Ribeiro questionou Ricardo Costa: “Quantos vouchers , qual o volume de negócios [gerados pela Proximcity], isto resultou, valeu a pena, estamos num bom caminho para o apoio necessário a este setor?”.

A aplicação, lançada em dezembro de 2020, resultou de um esforço conjunto do município, comerciantes e associações comerciais, “com o intuito de promover e incentivar os cidadãos e turistas a comprar a oferta local de Guimarães”. Na resposta ao inquérito da oposição, o vereador com a pasta do Desenvolvimento Económico, indicou que ainda não tem números oficiais, e considerou ser de “mau tom” olhar para a plataforma “no sentido de resolver o problema dos comerciantes”. “Nós devíamos olhar para a plataforma ou para o processo de digitalização da economia como um caminho sem retorno. Gostava de ver um apoio inequívoco, já que este movimento de desenvolvimento não vai voltar. Devíamos estar unidos”, atirou Ricardo Costa. O vereador reiterou ainda que o município “está junto dos comerciantes”.

No entanto, na resposta, Hugo Ribeiro considerou que o socialista de “confundir conceitos” e alertou para o esquecimento do comércio tradicional. “É óbvio que a digitalização é o futuro”, começou por dizer, “mas acho que o comércio tradicional não se vai transformar em comércio digital, são precisas linhas orientadoras relativamente ao comércio tradicional. No entender do vereador eleito pela coligação Juntos por Guimarães, a “linha de digitalização” pode “apoiar e complementar o aumento da faturação”. Está preocupado com a plataforma, mas, aquando do desconfinamento, o comércio tradicional terá os mesmos problemas que tinha antes da pandemia”, sublinhou.

Trabalho com associações do comércio (e os centros históricos)

O presidente da Câmara Municipal de Guimarães (CMG), Domingos Bragança, lembrou que o município tem trabalhado no terreno e reunido com as associações representativas do comércio local e da restauração (a Associação do Comércio Tradicional de Guimarães (ACTG) e a Associação Vimaranense de Hotelaria (AVH), respetivamente). A busca por soluções tem também ultrapassado as fronteiras concelhias. “Há cerca de oito, dez dias, reunimos o Quadrilátero para perceber as medidas que cada município estava a adotar. Estamos agora em vias de reunir de novo para ver que medidas complementares às do governo” podem ser adotadas, referenciou, adindo que “cada município tem a sua realidade”.

O vereador com o pelouro do Desenvolvimento Económico complementou a ideia no final da reunião de vereação. Em declarações aos jornalistas, apontou para o choque provocado pela pandemia nos centros históricos, sendo que o de Guimarães não é exceção – “são os que vão sofrer mais, porque eram aqueles que também colhiam mais com o turismo e com a projeção internacional”.

À margem da reunião de vereação. em declarações aos jornalistas, o socialista Ricardo Costa aludiu novamente a “razões políticas” que impedem o PSD de apoiar a plataforma digital. “Existem muitas dificuldades com a hotelaria, com restaurantes, com o comércio tradicional. Temos feito este trabalho sempre em conjunto com a AVH e a ACTG. Estamos a corrigir pequenos erros, aquilo que eu gostava de ver aqui é o apoio inequívoco a este caminho”, referiu, 

Por seu turno, Hugo Ribeiro criticou a opacidade da CMG, “que não apresentou os resultados” solicitados pela bancada da oposição. “O município avança com a grade aposta, esta grande plataforma, e agora constatamos que era uma proposta de transformação do paradigma da economia”, reiterou. O vereador também criticou o plano da autarquia por se ter afunilado para um maior apoio à restauração “E o comércio tradicional?”, perguntou, para responder: “Isto é tudo um bolo de comerciantes, um setor que está devastado com esta pandemia e que não teve ajuda nenhuma consequente com aquilo que era necessário ter para aguentar o impacto nefasto da crise.”

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