Ricardo Araújo toma posse e promete “uma nova ambição para Guimarães”
A instalação dos novos órgãos do Município de Guimarães, eleitos para o mandato 2025-2029, decorreu este sábado, dia 25 de outubro, no Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor. A cerimónia contou com a presença de várias figuras políticas e representantes de instituições locais e nacionais, bem como de muitos cidadãos. Ricardo Araújo tomou posse como presidente da Câmara, após vencer por maioria absoluta, fazendo história no percurso político vimaranense, que foi liderado pelo Partido Socialista durante 36 anos.
Foram também empossados os vereadores que irão constituir o Executivo resultante da coligação entre o PSD e o CDS-PP, nomeadamente Alberto Martins, Constantino Veiga, Eduardo Leite, Isabel Ferreira e Vânia Dias da Silva. Não esquecendo Ricardo Costa, Sérgio Silva (que esteve ausente e tomará posse na primeira reunião do executivo), Gabriela Nunes e Flávio Freitas, eleitos pelo Partido Socialista, e Nuno Vaz Monteiro, do Chega. Por fim, tomaram posse os 56 deputados eleitos para a Assembleia Municipal e os 55 presidentes das juntas de freguesia do concelho vimaranense.
Ricardo Araújo: "Guimarães merece sempre mais: mais ambição, mais inovação e mais coesão"
Durante o seu discurso de tomada de posse, Ricardo Araújo, após elogiar o trabalho desenvolvido ao longo de 12 anos por Domingos Bragança, destacou que o novo ciclo autárquico representa "uma nova ambição para Guimarães", assente no crescimento, no desenvolvimento e na melhoria da qualidade de vida dos vimaranenses. O autarca sublinhou que o mandato agora iniciado será pautado pela proximidade, pela escuta ativa e pelo compromisso com todos os cidadãos.
Entre as prioridades definidas, Ricardo Araújo apontou a habitação como um dos eixos centrais da governação municipal. O novo presidente afirmou que "o direito a uma casa digna não pode continuar a ser um sonho adiado” e anunciou a criação de um plano de ação municipal para aumentar o solo urbano disponível e incentivar a construção de habitação acessível, tanto pública como privada.
O autarca referiu também a importância de "atrair investimento e diversificar a economia local", anunciando a intenção de criar uma Agência para a Captação de Investimento e Desenvolvimento Económico de Guimarães, estrutura que pretende aproximar o município do tecido empresarial e potenciar novas oportunidades. "Queremos que o berço da nação seja também o berço da inovação", afirmou, reforçando a aposta na ligação entre o setor empresarial e as instituições de ensino e investigação.
Rui Armindo Freitas, Luís Marques Mendes, Domingos Bragança, João Torrinha e Ricardo Araújo
A mobilidade e a sustentabilidade ambiental foram igualmente destacadas como pilares da nova gestão autárquica. Ricardo Araújo reafirmou o compromisso com a construção do MetroBus, "uma resposta real, segura e sustentável às necessidades de ligação entre a cidade e as freguesias do concelho". Sublinhou ainda que a mobilidade sustentável será "uma das marcas deste mandato", num concelho que se prepara para ser Capital Verde Europeia em 2026 - um desafio que, nas suas palavras, "é mais do que um título: é uma responsabilidade coletiva".
O novo presidente da cidade-berço manifestou também o desejo de revitalizar o centro urbano e o comércio tradicional, com mais dinamização cultural, melhor espaço público e maior envolvimento comunitário. "Guimarães deve continuar a ser uma cidade que respira e celebra cultura", disse, prometendo apoiar associações e agentes culturais e promover novos eventos que reforcem a identidade e a alma vimaranense.
Na parte final do discurso, Ricardo Araújo reiterou que a sua liderança será guiada pela participação cívica e pela modernização administrativa, apostando na digitalização dos serviços municipais e na criação de uma "cidade inteligente e sustentável". O autarca garantiu que quer ser "presidente de todos os vimaranenses", sublinhando que "Guimarães merece sempre mais: mais ambição, mais inovação e mais coesão".
João Torrinha: "A democracia não é só bonita quando se ganha; tanto é quando se perde."
Já o presidente cessante da Assembleia Municipal de Guimarães, João Torrinha, encerrou o seu mandato com um discurso marcado pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido e pela defesa da participação cívica. Sublinhou que a Assembleia Municipal "cumpriu fielmente o seu papel como fórum de debate político do concelho" e elogiou o respeito e a elevação demonstrados pelos deputados municipais ao longo dos mandatos.
João Torrinha, presidente cessante da Assembleia Municipal de Guimarães
Torrinha destacou ainda o papel dos presidentes de junta, a quem chamou "os heróis pouco reconhecidos da democracia local", e agradeceu a colaboração institucional "sem falhas" mantida com o executivo liderado por Domingos Bragança.
No final, apelou à participação dos cidadãos na vida pública, recordando que "a democracia não é só bonita quando se ganha" e que todos devem contribuir para o bem comum.