Rui Leite demite-se da Cercigui. Eleições marcadas para 08 de novembro
A Cercigui vai ter novos órgãos sociais a partir de 08 de novembro, data para a qual estão marcadas as eleições, face aos pedidos de renúncia dos cooperantes que integram o Conselho de Administração: o presidente, Rui Leite, e os vogais, Ricardo de Carvalho Jesus e Sónia Lopes. Na Mesa da assembleia-geral, o vice-presidente, Márcio Silva, e o secretário, Jorge Silva, mas não o presidente do órgão, Sérgio Castro Rocha, que, na segunda-feira, emitiu o despacho a agendar a assembleia-geral extraordinária eleitoral para os mandatos de 2021 e 2022; o ato está marcado para as 15h00.
É a segunda vez que Rui Leite se demite da presidência da instituição vocacionada para o apoio de pessoas com necessidades especiais, depois de já o ter feito em março de 2019. Nesse ano, o responsável candidatou-se às eleições que se seguiram, em junho de 2019, tendo sido reconduzido no cargo, mas, desta feita, está de fora da corrida.
“Assim, chegou o momento de terminar a minha missão na Cercigui. Quero que saibam, que no próximo ato eleitoral não serei candidato nem farei parte de qualquer lista a nenhum nível, nem sequer apoiando. Pretendo pois, fechar um ciclo certo que o próximo será de crescimento e melhoria continua caminhando todos juntos na mesma direção”, escreveu, numa carta dirigida aos funcionários da instituição.
Rui Leite justifica a decisão com o “novo projeto profissional” que o “absorve integralmente” desde abril, na formação do Vitória, pelo que diz “não ter mais capacidade para se dedicar” à instituição com a “qualidade que merece”.
Justificada a saída, o ainda presidente do Conselho de Administração agradeceu o “empenho, trabalho, enorme apoio e profissionalismo” que “se dedicaram de alma e coração à Cercigui, fazendo com o projeto se “tenha transformado numa referência”.
“São vocês que no dia a dia, com a vossa entrega, com o prazer de estar ao serviço do outro, com a disponibilidade de proporcionar mais qualidade de vida aos clientes, com a emotividade e afeto com que o fazem, são vocês a esperança da nossa instituição”, realçou.
O responsável frisou ainda sentir “orgulho e privilégio” por integrar uma equipa cuja “missão é promover a inclusão social da pessoa com deficiência com capacidade de novas formas de ver o mundo”.
“Indignados” perguntam onde está o “coração” de Rui Leite
Um grupo de sócios que se diz “indignado” com o curso da instituição vincou, numa nota enviada às redações, que Rui Leite demitiu-se “por dissidências” com uma das atuais vice-presidentes – Ana Paula Gonçalves e Paula Teixeira da Cunha ocupam essas funções -, provocando a “antecipação do ato eleitoral” que deveria apenas realizar-se em 2022.
O grupo lembrou que as eleições antecipadas de 2019 resultaram de “dissidências” entre Rui Leite e a então primeira vice-presidente, Virgínia Fernandes. Dois meses depois das eleições que o reconduziram no cargo, outra vice-presidente, Manuela Teixeira, demitiu-se, salienta o comunicado do grupo de sócios.
Nessa nota, os sócios perguntam “onde está o coração” de Rui Leite, depois do ainda presidente do Conselho de Administração se ter candidatado novamente após a primeira demissão com a justificação de que, apesar da oferta de um cargo no Vitória, o seu “coração” estava na Cercigui.
O grupo expressou ainda o desejo de ver a Cercigui “retomar o caminho de excelência que já tinha alcançado”, sendo as “verdades repostas” no âmbito deste processo.