Em Pevidém, FESETE pede que o salário espelhe subida de vendas das empresas
A caminho das manifestações convocadas pela central sindical CGTP para 15 de outubro, em Lisboa e no Porto, a Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (FESETE) passou, nesta quinta-feira, por Pevidém, vila de Guimarães associada ao setor têxtil.
A entidade reuniu-se numa altura em que costuma aprovar as “reivindicações para o ano seguinte”, que sustentam “as propostas a apresentar ao patronato para negociar a contratação coletiva”, adiantou ao Jornal de Guimarães a coordenadora da direção nacional, Isabel Tavares.
Com um contexto atual marcado pelo “aumento do custo de vida”, em virtude da inflação, a FESETE pede a subida do salário mínimo para os 850 euros, valor que, na perspetiva da dirigente, reflete com mais precisão ganhos que as empresas têm tido desde 2021, como mostram os dados relativos às exportações.
“Para além do nosso documento interno, que contempla os nossos objetivos para as reivindicações de 2023, fizemos também um levantamento de dados para estes setores. Constatámos que as empresas estão bem e têm tido resultados extraordinários, que não se refletem nos salários praticados”, frisou, à margem da reunião decorrida no auditório da Junta de Freguesia de São Jorge de Selho.
Como os setores em causa são “tendencialmente exportadores”, Isabel Tavares lamenta que os aumentos nos volumes de negócios das empresas ou no número de pares de sapatos exportados – caso do calçado – não se reflitam “nem nas condições de trabalho, nem nos rendimentos dos trabalhadores”.
A seu ver, o patamar salarial reivindicado mitiga os efeitos da inflação e responde “à questão de justa distribuição de riqueza pelos trabalhadores”, ainda para mais num período em que é preciso “criar atratividade e incentivos” para uma mão-de-obra, que, em parte, tem migrado para outros setores de atividade.
“Estamos a assistir a trabalhadores do nosso setor, com largas carreiras profissionais e experiência adquirida, a deixarem as nossas empresas e a partirem para outros setores de atividade, sem olhar para trás, porque lhes dão melhores rendimentos. Quando o patronato não tem mão-de-obra, tem de pôr a mão na consciência e de perceber o que está a fazer para cativar essa mão-de-obra”, exige.