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Se faltar acordo para Santo António, Loja do Cidadão fica perto da Câmara

Tiago Mendes Dias
Economia \ quinta-feira, maio 05, 2022
© Direitos reservados
Conjunto da biblioteca ao edifício da GNR acolhe serviço se negociações falharem. Bragança diz que prefere solução inicial para dinamizar comércio, mas diz que um dos proprietários rejeita o preço.

O edifício do Centro Comercial Santo António, na rua com o mesmo nome, é a solução preferencial para a instalação da Loja do Cidadão, mas a Câmara Municipal já tem um plano B, para avançar ainda neste mês, caso as negociações para a aquisição do imóvel falhem.

Esse plano envolve o conjunto de edifícios entre a Biblioteca Municipal Raul Brandão e o entroncamento com a travessa da Senhora Aninhas – “edifício do leite”, antigos serviços financeiros da Câmara, edifício amarelo em frente e o próprio edifício da GNR, que alberga hoje a Polícia Municipal.

“Se na rua de Santo António não conseguirmos a aquisição do edifício, avançamos de imediato para a requalificação destes edifícios que são propriedade da Câmara, incluindo o edifício amarelo ao lado da Câmara”, adiantou Domingos Bragança, no fim da reunião do executivo municipal, decorrida nesta quinta-feira.

Esse “imediato” dá-se caso o negócio pelo Centro Comercial Santo António não se concretize nos próximos 15 dias. Nesta fase, dois proprietários já aceitaram vender a sua parte à Câmara, sendo um deles o banco Montepio, pelo “preço que resultou da avaliação”, detalhou. Há, contudo, um “terceiro que parece não concordar”.

“Apesar de estar aberta a negociação, este terceiro diz que o preço oferecido pela Câmara é muito abaixo do esperado. Poderá ficar sem efeito a operação na rua de Santo António”, explicou o autarca, sem esclarecer o valor oferecido. “O esforço a que a Câmara está disposta na rua de Santo António é para dinamizar o comércio de rua. Não estamos longe, mas a Loja do Cidadão poderá dar um bom impulso”.

Apesar de ver a rua de Santo António como a solução preferencial, até pelo “pouco negócio e movimento” a que está sujeito o centro comercial, Domingos Bragança rejeita avançar para qualquer expropriação quando a Câmara dispõe de edifícios devolutos e sem uso em frente à sua sede, ainda para mais quando é proprietária – a exceção é o edifício amarelo contíguo à escultura da Paixão de Cristo, que precisa de ser negociado.

Os imóveis que, a seu ver, merecem uma intervenção mais cuidada são o designado “edifício do leite”, ao lado da biblioteca, que a seu ver, tem “uma claraboia belíssima” e poderia também dar uma sede para a Assembleia Municipal, e o da GNR, enquanto corpo estranho no cenário urbano que o rodeia.

“A intervenção será muito cuidada para o integrar no centro histórico. No passado, já se pensou demolir o edifício, mas muitos arquitetos entendem que, com uma requalificação muito cuidada, podemos integrar o edifício no centro histórico”, frisa Domingos Bragança. O anterior vereador para o urbanismo, Fernando Seara de Sá, sugeriu até um jardim vertical no conjunto.

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