Semana da Dança regressa com cruzamento entre tradicional e contemporâneo
À boleia do Dia Internacional da Dança, celebrado em 29 de abril, a Semana da Dança volta a movimentar a cidade-berço no próximo fim de semana. Criada em 1994 e reatada em 2022, a iniciativa deambula neste ano entre as expressões contemporâneas e a tradição, expressa na oficina de folclore, com a chancela do Rancho Folclórico do Centro Cultural e Recreativo de Moreira de Cónegos.
A ligação entre as danças tradicionais e a dança contemporânea é um dos objetivos desta edição, crê Rui Donas, em nome da Associação de Dança de Guimarães e da Academia de Bailado de Guimarães, entidades organizadoras, em coprodução com A Oficina e com apoio da Direção-Geral das Artes. “O respeito pelo passado faz-se com a preservação da memória adaptada ao tempo presente através de uma linguagem comum, que é a do movimento como expressão de sentimos e de vivências”, frisou.
Com curadoria do Cineclube de Guimarães, "Billy Elliot" estará em exibição na tarde de sábado, no pequeno auditório do Centro Cultural Vila Flor. Um dia que culmina com a apresentação de "Take", de São Castro e António M. Cabrita, no grande auditório Francisca Abreu. Apresentam uma reflexão criativa sobre os cruzamentos multidisciplinares e a utilização de diferentes ferramentas na construção do objeto artístico.
Quem conhece o trabalho destes bailarinos e coreógrafos, acredita o diretor artístico da Semana da Dança, "reconhece neles uma linguagem própria que os distingue de outros criadores. Este é um dos propósitos deste projeto: trazer aos jovens bailarinos da cidade oportunidades de contactos com diferentes formas de pensar e de estar na dança contemporânea". Algo que se vai refletir no segundo dia do evento, com duas masterclasses de Contemporâneo orientadas pelos próprios.
No regresso deste evento, em 2022, as mesas redondas e conversas, o cinema e os convívios, passaram a ser parte integrante da programação e a edição deste ano não é exceção. Por este motivo, depois dos workshops, segue-se a exibição do documentário "Portugal que Dança", uma conversa moderada por Carlos A. Correia, no Espaço Oficina, e um convívio com todos os participantes, coreógrafos e com o público.
Rui Donas salienta ainda a importância de "sair das salas de aulas, interagir com profissionais da área e colegas com as mesmas afinidades, observar os outros, ver e reconhecer a diferença, ouvir e dar opiniões, discutir processos e caminhos" numa Semana da Dança em que se quer a participação da comunidade.